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quarta-feira, 22 de maio de 2013

Contos de um sonho erótico – Calígula de Odisséia

Hoje eu tive um sonho
Sonho ou desejos aflorados ao anoitecer
Desejos que eróticos me faziam calor no frio da madrugada
Seu nome, bem sei, seu corpo, bem sei!

Era madrugada.
Ora perdia o sonho acordado, ora perdia o momento sonhando!
Jazia aquele corpo sobre o meu, quente com chamas de prazer
Aquela voz suave que ao ouvido me dizia palavras bonitas,
Suaves palavras que combustível ascendia
E me levou na estrada do prazer até o nascer do sol

Enfim, o sol nasceu, o sol pela janela penetrou e meu sonho acabou
Restaram apenas um cheiro no lençol da cama desarrumada,
Um sorriso na parede e um desejo insano.
Ela se foi com a lua, ela se foi e eu fiquei

Na verdade, nem sei se ela veio, de fato
Mas, eu a tive em meus sonhos
E,em alguns momentos acordado

Eu a tive pela vias de fato?
Não importa!
Só sei que dormi com ela,
Madruguei com ela,
E acordei com ela...
Mesmo ela não estando em meu quarto junto a mim

segunda-feira, 13 de maio de 2013

A solidão é um jogo guardado para um domingo a tarde


Hoje é domingo, de tarde.
Parece-me um dia como qualquer outro.
No meu quarto a poeira se esconde pelos cantos,
O silencia dá seu tom no âmbito da casa vazia

Eu, apenas eu, habito este mundo, neste instante.
Distante, ao computador, uma canção e outra e mais outra.
Mesmo com notas musicais destoadas do rock and roll, ainda assim prevalece o silencia.
Mesmo com a casa vazia parece que tem mais alguém aqui.

Na mente, vez por outra, aquelas músicas que outrora simbolizavam momentos de prazer, satisfação e felicidade, mas que hoje, acrescenta um tom de saudade a casa vazia e silenciosa.

Até bem pouco tempo atrás, aquela motivação desejosa de mudar o futuro envolvia embebida alegria. Interessante como em tão pouco tempo as coisas mudam e nossa vida mais ainda:
Em 80 anos dura a cena de um ser humano no palco da vida;
Em 4 anos meu cãozinho chegou, alegrou nossas vidas e partiu nos deixando em pranto;
Em uma semana as flores que em março presenteei perderam o fugaz valor e caíram na rotina do esquecimento;
Em um dia certos tipos de insetos vem à existência, vivem e somem sem serem percebidos.

A lógica da vida é perturbadora, talvez por isso, quase ninguém perde seu precioso tempo para parar, pensá-la, repensa-la e buscar respostas satisfatórias às perguntas sem respostas que movem o ser humano ao limite entre a loucura e a sensatez.

Então, subitamente, você percebe que sua vida está mudada:
Aquele telefonema antes esperado não pode ser somado às expectativas;
Aquela música, antes fonte do desejo da materialização daquela pessoa, jaz apenas uma mera lembrança que não pode ser alimentada: a expectativa não consumada faz adoecer o coração;
Aquela carta, fotografia já não podem ser mais contadas...
Tudo não passa de lembranças que nos remete a lugares vazios e sem sentidos, mas que antes eram parte do centro de nossa existência social e de interação.

Aos 30, se o relógio dos 80 funcionar corretamente, assim está dividida a vida, percentualmente em anos:


Fases
Idade em anos
Percentual vivido

Últimos anos
80
100%

Redescoberta
70
87,5%

Auto aceitação
60
75%

Reaprender a viver
50
62.5%

Colher o plantado
40
50%
Estou aqui
A nata da vida
30
37,5%

Dias de aprendizado
20
25%

Melhores anos
10
12,5%

Recém-nascido
01
1,25%
A fase de recém-nascido é uma fase de cuidados, mas que não fica na nossa memória. Todos os esforços, momentos ficam apenas com as pessoas que dedicaram sua existência por nós. A infância pode representar os melhores anos da existência de uma pessoa, você pode sonhar, conquistar,  falar e viver sem se preocupar com o sistema, tudo e todos em nosso lar conspira em nossa proteção. Perto dos vinte anos conhecemos a dureza da vida, as responsabilidades e a necessidade de começar a trilhar nossa história, nosso espaço. Começamos a nos descobrir como gente. Identificar nossos gostos, amores e dissabores. Aprendizagem prática a esta época da vida é dura e difícil e pode nos deixar sérias consequências na maneira que encaramos o mundo e as pessoas. Aos trinta chega o momento da estabilidade e da maturidade. Tudo o que se foi vivido na infância e as dificuldades dos vinte anos precisam transparecer nas decisões apontadas nesta fase. Somos reconhecidos como adultos e, nossas escolhas irão e poderão refletir em nossa vida até a última fase. O mundo muda, suas prioridades mudam, o centro do mundo muda e você começa a reconhecer outras demandas e necessidades. Adiante não tenho experiência pra retratar, vejamos o que o tempo me dirá.

Agora, um estranho pensamento toma a consciência agora, o que teria acontecido se tivesse feito diferente? Não foi tempo perdido? Como estaria minha vida agora se meus passos tivessem tomado outro rumo?

Não, não. Isso não vem mais ao caso.
A vida tem de ser vivida pra frente levando-se em consideração o aprendizado do que foi vivido e assim, a cada dia, vamos construindo nossa história, nosso percurso e, ao fim da estrada poderemos nos perguntar: minha vida está chegando ao fim, será que fiz valer a pena minha existência? Fui feliz? Fiz alguém feliz? Serei lembrado por mérito?

E a vida irá seguir seu percurso, nossos filhos irão reconstruindo o mundo que se seguirá depois de nós. E nossos nomes, atos serão aos poucos esquecidos e consumidos pelo esquecimento no tempo. Viveremos apenas da lembrança do criador!