Web Rádio Rei Artur

Páginas

domingo, 4 de agosto de 2013

Olhos de enila

Ela era um farol à meia noite,
O abrigo no dia de chuva
O afago na noite de ansiedades
O telefonema amigo na hora do medo

Quis a vida que ela se fosse
Pra onde? Eu não sei
Só sei da sua partida
Naquele domingo de manhã
Os pássaros cantavam
O sol reluzia, sublimes raios
Pessoas iam e voltavam da feira
Assim como também fui
Também voltei da feira
No retorno, ela já não estava

Com ela aprendi a ser eu
Com ela aprendi a ser
Com ela aprendi o amor e a dor
Com ela apredi a viver
Ela me fez sorrir
Ela me fez chorar
Ela me fez produzir

Ela era um farol na minha vida
Mas, aos poucos foi-se apagando
Se apagando, se distanciando

Uns dizem que meu caminho era confuso e levava a lugar algum
Outros dizem que preferiu, por felicidade própria, alumiar outros caminhos
Não a vi dobrar a esquina
Não fiquei na porta esperando ela olhar pra trás
Quando voltei, apenas a casa vazia me aguardava
A casa triste que ficou me deixa lembranças anos luz não apagarão

A luz, em sua essencial, é poderosa para fixar-se ao espaço, ao tempo
Hoje, essa luz está feliz, alumiando caminhos em campos abertos e floridos
Irradia, enaltecendo caminhos tortos por linhas certas
Luz que fadonho poente caminheiro realizar-se-á

Era não era minha, a luz é um bem natural e livre
Tolo, pensei que poderia tê-la apenas ao meu caminho
Mas, a luz é matéria dispersa no espaço
Mais veloz que o tempo

Luz, luz...
Luz que um dia guiou a bússola da minha vida
Na sua chegada alumiasses minh’alma
Na partida incendiasses meu coração

E agora, feito João sem o feijão,
Sigo, sem carinho, tateando no escuro

Usando coração pra rimar com João e feijão