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segunda-feira, 9 de junho de 2014

A falta que Artur me faz (Domingo no Parque) - Papai


"Era domingo, lá pelas tantas da tarde e, no pequeno parque, existia um pedacinho de mundo encantado, onde pais e filhos se experimentavam e se observavam. Eu, sentado entre o parque e o caminho, apenas admirava os momentos que eram construído por cada família, cada relação.

O céu claro reluzia um brilho convidativo. A areia branca subia aos pés das crianças. De longe ouvia-se gargalhadas. Eram observados abraços, curtos, médios e longos, além de rostos abertos e sorrisos largos. E brincadeiras infantis desinfantilizadas pelos adultos que não sabiam mais brincar e atrapalhados faziam as crianças rirem ainda mais alto, ao ponto de eu também me envolver em risos discretos.

As folhas secas começaram a serem arrastadas pelo vento. Era o vento do sereno e com ele já chegava a noite. Então, o céu escureceu e as pessoas aos poucos retornavam aos seus lares - cada um com seus pares - com pés sujos, corpos suados, colunas estralando inegáveis semblantes felizes, tantos o grandes quanto os pequenos, parecia que todos haviam bebido da mesma porção mágica de felicidade.

Mas eu, eu estava sozinho sentado no pequeno banco sujo, invejando e me embriagando com os momentos alheios, sonhos meus vividos por pessoas que voltando aos seus lares e jamais notarão minha presença ou ausência no próximo domingo".