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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A importância do pai

A ausência do pai pode trazer importantes conseqüências psicológicas à criança.

Desde a gestação o pai tem um papel fundamental no desenvolvimento do filho. Hoje, comprovadamente, sabe-se que todas as emoções vividas pela mãe na gestação influem diretamente no desenvolvimento da criança. Quando a mãe está feliz, ou triste, nervosa ou tranqüila a criança também recebe esses estímulos, portanto, o pai deve participar ativamente deste período, acompanhando todo o desenvolvimento, as consultas no obstetra, obtendo informações de como será a nova vida com a chegada de um bebê.
Quanto menor a criança, maior é a necessidade de referência e valores. Essa referência sempre estará presente, até a vida adulta, entretanto, nos anos iniciais, os valores discursados e praticados têm um peso significativo. O pai precisa dispor de um tempo efetivo para o filho. Aquele tempinho para contar uma história, rolar no chão e contar as novidades do dia. É preciso exercitar essas atitudes para que efetivamente esse momento seja rico. Se o pai chega em casa, com a cabeça no trabalho, e coloca uma fita para o filho ver e pensa que está fazendo um benefício, pois ele está entretido e feliz, se engana. Aqueles minutos de intimidade são essenciais para criar o vínculo e dar parâmetros de comportamento à criança.
Não se pode mais falar hoje, de um modelo de pai, pois muitos são os tipos de estruturas familiares. Tempos atrás, a família patriarcal era soberana. Bastava ao pai prover autoridade, segurança física e financeira – e pronto, seu papel estava sendo perfeitamente cumprido. Hoje, ainda remanescem algumas famílias patriarcais, mas são poucas. O pai tem procurado participar mais, dividir responsabilidades e prazeres ao lado dos filhos também. E claro, essa é a receita ideal.
A ausência do pai pode trazer conseqüências psicológicas à criança. Se a ausência é definitiva, no caso de morte ou porque o pai não assumiu a paternidade, há que se trabalhar o contexto com a criança desde cedo contando a ela, na linguagem apropriada para a idade, o que aconteceu e como o restante da família enxerga a situação, procurando minimizar o sentimento de rejeição. É sempre muito importante ter uma figura masculina, seja ela um novo companheiro da mãe, um tio, amigo ou avô, para que se tenha o modelo masculino. Quando a criança não tem esse modelo pode passar por situações de não reconhecimento do gênero. Ela não sabe o que é ser menina ou menino, pois não têm parâmetros. É muito comum, principalmente em meninos já que estamos falando da figura do pai, adotarem trejeitos femininos ou até preferências culturalmente femininas, não porque tenham uma opção sexual diferente, o que também pode ocorrer, mas porque simplesmente ele não sabe o que é ser menino ou o que faz um menino.
Para o famoso “pãe”, o conselho é: pais são tão capazes para lidar com a rotina do filho quanto as mães. O ponto mais importante é ter consciência da necessidade do modelo feminino, como dissemos em relação ao masculino. Importantíssimo é não menosprezar a mãe, por mais difícil que tenha sido a separação, se for esse o caso. Há que se pensar na criança. Mães e pais são vínculos eternos. Não se deve "fazer a caveira" do outro, pois elas crescem, são inteligentes e irão certamente fazer comparações e tirar suas conclusões, percebendo os defeitos e qualidades de ambos. Sabemos que uma separação na maioria das vezes não acontece de forma amigável, mas é preciso se conscientizar e não usar as crianças como ferramenta para ferir o outro. Sejam espontâneos e transparentes. Não é preciso recompensas materiais. Curtam os momentos em que estão juntos, riam e se divirtam. Não há melhor receita.
Karen Kaufmann Sacchetto - Colunista do Guia do Bebê
Karen Kaufmann SacchettoPedagoga
Especialista em Distúrbios de Aprendizagem
Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento
Veja Perfil Completo.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Seis meses e o primeiro dentinho

Bom dia!

Meu dia começa com muito entusiasmo. Aos 30 descobri que existem outras fontes de prazer e deleite na vida: ser Pai de Artur. Amanhã completam 6 meses que ganhamos Artur de presente!Contristações a parte, além deste marco dos seis meses de vida hoje descobri que está nascendo seu primeiro dentinho na parte inferior frontal. O primeiro dentinho representa o início de uma nova fase nas nossas vidas, é um sinal inegável de que Artur está crescendo e se adaptando para a nova fase de alimentação.

Neste ínterim criam-se grandes expectativas na construção na nossa relação de Pai e Filho. Claro, jamais esquecendo da relação Mãe e Filho, que foi/é tão importante na vida de qualquer criança.

A cada dia (re)descobrimos a nós mesmos na face do pequeno Artur. Por isto, temos muita gratidão a Jeová por dar um novo sentido as nossas vidas. Agradecer Aline pelo zelo, cuidado e incomparável amor demonstrado. Agradecer aos amigos que sempre estiveram na torcida por nossa felicidade. Agradecer ao pequeno Artur que, mesmo sem ainda ter a dimensão do bem que faz em nossas vidas, se supera a cada dia transbordando nosso espírito de amor, prazer e alegria.

Ao pequeno Artur nosso mais intenso amor!



domingo, 4 de agosto de 2013

Olhos de enila

Ela era um farol à meia noite,
O abrigo no dia de chuva
O afago na noite de ansiedades
O telefonema amigo na hora do medo

Quis a vida que ela se fosse
Pra onde? Eu não sei
Só sei da sua partida
Naquele domingo de manhã
Os pássaros cantavam
O sol reluzia, sublimes raios
Pessoas iam e voltavam da feira
Assim como também fui
Também voltei da feira
No retorno, ela já não estava

Com ela aprendi a ser eu
Com ela aprendi a ser
Com ela aprendi o amor e a dor
Com ela apredi a viver
Ela me fez sorrir
Ela me fez chorar
Ela me fez produzir

Ela era um farol na minha vida
Mas, aos poucos foi-se apagando
Se apagando, se distanciando

Uns dizem que meu caminho era confuso e levava a lugar algum
Outros dizem que preferiu, por felicidade própria, alumiar outros caminhos
Não a vi dobrar a esquina
Não fiquei na porta esperando ela olhar pra trás
Quando voltei, apenas a casa vazia me aguardava
A casa triste que ficou me deixa lembranças anos luz não apagarão

A luz, em sua essencial, é poderosa para fixar-se ao espaço, ao tempo
Hoje, essa luz está feliz, alumiando caminhos em campos abertos e floridos
Irradia, enaltecendo caminhos tortos por linhas certas
Luz que fadonho poente caminheiro realizar-se-á

Era não era minha, a luz é um bem natural e livre
Tolo, pensei que poderia tê-la apenas ao meu caminho
Mas, a luz é matéria dispersa no espaço
Mais veloz que o tempo

Luz, luz...
Luz que um dia guiou a bússola da minha vida
Na sua chegada alumiasses minh’alma
Na partida incendiasses meu coração

E agora, feito João sem o feijão,
Sigo, sem carinho, tateando no escuro

Usando coração pra rimar com João e feijão

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Quando perdemos pra proteger alguém


Perder é tão inevitável como morrer; se bem a entendermos, esta verdade é uma consolação para nós. Perde, pois, imperturbavelmente: tudo um dia morrerá. Que socorro podemos conseguir contra todas as nossas perdas? Apenas isto: guardemos na memória as coisas que perdemos sem deixar que o proveito que delas tiramos desapareça também com elas. Podemos ser privados de as possuir, nunca de as ter possuído. O acaso privou-nos do objecto, mas deixou em nós o uso e proveito que dele tiramos, e que nós deixamos esquecer pelo perverso desejo de continuar a possuí-lo! 

Séneca, in 'Cartas a Lucílio'

domingo, 14 de julho de 2013

Estou mudando

Está tudo muito diferente.
Estou me sentindo estranho.
Acho que estava mudando aos pouco e repentinamente.
Mas, não percebia a mudança ocorrendo em mim.

Agora temo a pessoa que está se formando em mim.
Ela pode me matar, ela pode me reconstruir... 
Mas, é pouco provável que ela dê espaço para eu ser eu.

domingo, 7 de julho de 2013

Uma saudade guardada pra um domingo

Sempre bate aquela saudade, aquela saudade que faz parar, suspirar e relembrar momentos inesquecíveis, aventuras que jamais se repetirão com quem quer se seja... Dá aquela vontade de ligar, mandar uma mensagem ou até mesmo falar pelas redes sociais.

Então, aquela triste realidade vem sorrateiramente e te arrebata consumindo todo a virilidade te lembrando daquelas palavras duras, das atitudes de afastamento e das escolhas alheias.

Então, o que resta é escolher uma música, abrir um vinho e lembrar do tempo que éramos felizes e jurávamos que tudo seria pra sempre!


domingo, 30 de junho de 2013

UM ANO DEPOIS: PSICOTERAPIA À POÉTICA (Calígula de Odisséia)

Está fazendo um ano que nossas vidas começaram juntas a desandar. Perscruto-me sobre o que de lá pra cá tenho construído dentro do meu ego. Sobre o que mesmo escreverei amanhã lá pelas tantas da madrugada? Talvez meus críticos adorarão quando minha diversão priorizar-se apenas a um quarto escuro numa cansativa espera pela loucura. Talvez até concluam coisas boas a meu respeito. Ou até mesmo, na vicissitude da dopamina, pessoas laicas, aquém da compreensão pós-moderna, concluam que, em algum momento de um poente qualquer, que meu comportamento estivera atrelado ao martirizar d’alma: como se finalmente após a loucura, eu estivesse, enfim alcançado a razão!



Existem sombras viciosas das quais preciso me libertar

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Madrugada de 27 de junho de 2013: devaneios de um suspeito

Esta noite me questionava sobre o amor.

Gente, o que é o amor?

Independentemente de sua vertente (Agape, Philos e Eros) o amor deveria privar pela própria felicidade e pala de outrem, deveria ser perene, verdadeiro, um sentimento racional, mas que diante das dificuldades desse combustível para realizar grandes coisas para preservação do sentimento. Deveria aquele que não exigisse provas, que ele por si só, no dia a dia, fosse uma prova vívida de como pessoas de diferentes raças, credo, formação social e econômica, por um milagre chamado amor, que já fosse a prova mais vívida de amor!

Em algum lugar eu li que a morte do primeiro amor desfigura a alma e espírito e jamais seremos os mesmos.

Sempre evitei que este dia chegasse. Sim, o dia em que eu pudesse amar uma mulher. Exatamente por prevenção ao seu último momento: o dia em que ambos se olham estranhamente e esquecem o que passou e, pelo menos um dos lados se desconfigura.
É um movimento estranho e contraditório!

Claro, o amor, aquele primeiro sentimento despertado por alguém, e único, diga-se de passagem, pois o que vem depois torna-se paixão, é um sentimento infantil. Por ele você sente descompassado coração, você visa o interesse alheio antes que o seu e, muitas vezes abre mão do seu próprio. É aquele sentimento da música de Roberto Carlos, Rotina. “O dia vai passando, a tarde vem e pela noite eu espero. Vou contando às horas que me separam de tudo aquilo que mais quero”.

Então, passo a me perguntar: Depois de tudo isso, onde fica a cumplicidade, amizade, o respeito, o bem querer do outrem?

Claro, uma coisa é um relacionamento não dar certo e seguir em frente. Mas, isso quer dizer que os sentimentos de outrora foram todos apagados? Amor é a penas a vontade de ter a outra pessoa para si, na cama, na vida pessoal, tê-la na forma Eros?

Incrível que, por mais melindrosa pareça ser esta pergunta, às vezes é o que nos resta. Desde pequeno vi tantos quantos casos de amores possíveis e impossíveis acabarem em mágoa, ódio, desilusão e estranhamento e embotamento afetivo.

É necessário? Isso não provaria o contrário, que o sentimento anterior era superficial? Antes do amor, não existe amizade e cumplicidade? Antes do amor Eros, não deveria existir as outras manifestações?




sexta-feira, 7 de junho de 2013

As horas a Noites

Existem noites sem estrela,
Noites sem lua,
Noites sem nuvens escuras ao céu
Noites de silencio em que as horas demoram a passar,
Horas de silencio em que as mesmas horas passam vorazmente,
Mas a sono se esconde nas sombras do sol

Jaziam tempos em que nas horas da noite
Escondia-se a beleza do pensamento,
Um pensamento perene acerca de um anjo que conheci nos anos 9
Um anjo que caíra pelas alturas da dança das borboletas
E me prendera com sua dança estonteante

Na verdade, eram tempos em que, ao anoitecer, jazia o pensamento em acalentos
Mensagens, nada subliminares, que rasgavam o tempo em segundos até caírem ao leito meu
Mensagens estas que faziam do homem, apenas um garoto

Porém, a noite é para alguns e para outros
Noites perde-se sonhando, dias perdem-se sobrevivendo
O tempo muda, consigo as coisas e nó também
Distraídos pelas expectativas de coisas esperadas, embora não vistas a frente,
Não identificamos a radicalização das mudanças

Enfim, chega o dia e tudo o que se conseguiu fazer foi jazigar sonhos perdidos
Lembranças turvas, mas presentes em algum setor neural noturno
Momentos vividos e palavras ditas, mas descumpridas no com o passar do tempo
E o tempo apresenta-se apenas como uma frágil testemunha do tempo mudado

Se o tempo parasse no tempo,
Oh, quão bom seria
Mas, ficaríamos estagnados no tempo
Perdendo no tempo seu futuro
O tempo das mudanças: bom ou ruim?
Do tempo só sabe o tempo
Dos devaneios da solitude só sabe quem ficou até tarde sem dormir

Sonhos - Pensamentos - Palavras – Projetos – Tentativa -  Felicidade
Boa noite, preciso dormir!











quarta-feira, 22 de maio de 2013

Contos de um sonho erótico – Calígula de Odisséia

Hoje eu tive um sonho
Sonho ou desejos aflorados ao anoitecer
Desejos que eróticos me faziam calor no frio da madrugada
Seu nome, bem sei, seu corpo, bem sei!

Era madrugada.
Ora perdia o sonho acordado, ora perdia o momento sonhando!
Jazia aquele corpo sobre o meu, quente com chamas de prazer
Aquela voz suave que ao ouvido me dizia palavras bonitas,
Suaves palavras que combustível ascendia
E me levou na estrada do prazer até o nascer do sol

Enfim, o sol nasceu, o sol pela janela penetrou e meu sonho acabou
Restaram apenas um cheiro no lençol da cama desarrumada,
Um sorriso na parede e um desejo insano.
Ela se foi com a lua, ela se foi e eu fiquei

Na verdade, nem sei se ela veio, de fato
Mas, eu a tive em meus sonhos
E,em alguns momentos acordado

Eu a tive pela vias de fato?
Não importa!
Só sei que dormi com ela,
Madruguei com ela,
E acordei com ela...
Mesmo ela não estando em meu quarto junto a mim

segunda-feira, 13 de maio de 2013

A solidão é um jogo guardado para um domingo a tarde


Hoje é domingo, de tarde.
Parece-me um dia como qualquer outro.
No meu quarto a poeira se esconde pelos cantos,
O silencia dá seu tom no âmbito da casa vazia

Eu, apenas eu, habito este mundo, neste instante.
Distante, ao computador, uma canção e outra e mais outra.
Mesmo com notas musicais destoadas do rock and roll, ainda assim prevalece o silencia.
Mesmo com a casa vazia parece que tem mais alguém aqui.

Na mente, vez por outra, aquelas músicas que outrora simbolizavam momentos de prazer, satisfação e felicidade, mas que hoje, acrescenta um tom de saudade a casa vazia e silenciosa.

Até bem pouco tempo atrás, aquela motivação desejosa de mudar o futuro envolvia embebida alegria. Interessante como em tão pouco tempo as coisas mudam e nossa vida mais ainda:
Em 80 anos dura a cena de um ser humano no palco da vida;
Em 4 anos meu cãozinho chegou, alegrou nossas vidas e partiu nos deixando em pranto;
Em uma semana as flores que em março presenteei perderam o fugaz valor e caíram na rotina do esquecimento;
Em um dia certos tipos de insetos vem à existência, vivem e somem sem serem percebidos.

A lógica da vida é perturbadora, talvez por isso, quase ninguém perde seu precioso tempo para parar, pensá-la, repensa-la e buscar respostas satisfatórias às perguntas sem respostas que movem o ser humano ao limite entre a loucura e a sensatez.

Então, subitamente, você percebe que sua vida está mudada:
Aquele telefonema antes esperado não pode ser somado às expectativas;
Aquela música, antes fonte do desejo da materialização daquela pessoa, jaz apenas uma mera lembrança que não pode ser alimentada: a expectativa não consumada faz adoecer o coração;
Aquela carta, fotografia já não podem ser mais contadas...
Tudo não passa de lembranças que nos remete a lugares vazios e sem sentidos, mas que antes eram parte do centro de nossa existência social e de interação.

Aos 30, se o relógio dos 80 funcionar corretamente, assim está dividida a vida, percentualmente em anos:


Fases
Idade em anos
Percentual vivido

Últimos anos
80
100%

Redescoberta
70
87,5%

Auto aceitação
60
75%

Reaprender a viver
50
62.5%

Colher o plantado
40
50%
Estou aqui
A nata da vida
30
37,5%

Dias de aprendizado
20
25%

Melhores anos
10
12,5%

Recém-nascido
01
1,25%
A fase de recém-nascido é uma fase de cuidados, mas que não fica na nossa memória. Todos os esforços, momentos ficam apenas com as pessoas que dedicaram sua existência por nós. A infância pode representar os melhores anos da existência de uma pessoa, você pode sonhar, conquistar,  falar e viver sem se preocupar com o sistema, tudo e todos em nosso lar conspira em nossa proteção. Perto dos vinte anos conhecemos a dureza da vida, as responsabilidades e a necessidade de começar a trilhar nossa história, nosso espaço. Começamos a nos descobrir como gente. Identificar nossos gostos, amores e dissabores. Aprendizagem prática a esta época da vida é dura e difícil e pode nos deixar sérias consequências na maneira que encaramos o mundo e as pessoas. Aos trinta chega o momento da estabilidade e da maturidade. Tudo o que se foi vivido na infância e as dificuldades dos vinte anos precisam transparecer nas decisões apontadas nesta fase. Somos reconhecidos como adultos e, nossas escolhas irão e poderão refletir em nossa vida até a última fase. O mundo muda, suas prioridades mudam, o centro do mundo muda e você começa a reconhecer outras demandas e necessidades. Adiante não tenho experiência pra retratar, vejamos o que o tempo me dirá.

Agora, um estranho pensamento toma a consciência agora, o que teria acontecido se tivesse feito diferente? Não foi tempo perdido? Como estaria minha vida agora se meus passos tivessem tomado outro rumo?

Não, não. Isso não vem mais ao caso.
A vida tem de ser vivida pra frente levando-se em consideração o aprendizado do que foi vivido e assim, a cada dia, vamos construindo nossa história, nosso percurso e, ao fim da estrada poderemos nos perguntar: minha vida está chegando ao fim, será que fiz valer a pena minha existência? Fui feliz? Fiz alguém feliz? Serei lembrado por mérito?

E a vida irá seguir seu percurso, nossos filhos irão reconstruindo o mundo que se seguirá depois de nós. E nossos nomes, atos serão aos poucos esquecidos e consumidos pelo esquecimento no tempo. Viveremos apenas da lembrança do criador!

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Meu sonho de consumo


Uma crônica sobre a racionalidade pós-moderna do amor


Por quanto vale nutrir um amor verdadeiro na pós-modernidade líquida e racional?

Bebamos! nem um canto de saudade! Morrem na embriaguez da vida as cores! Que importam sonhos, ilusões desfeitas? Fenecem como as flores! (José Bonifácio)

Lendo poetas da segunda geração ultrarromântica percebo que este amor  era o tão esperado momento do nirvana da existência daquela geração. Conclui logo que tantos poetas morreram sem ao menos sentir ao seio o pulsar de um amor verdadeiro.

Por outro lado analiso cada caso, como nos contos da uma noite na taverna. Solfieri, Bertram, Gennaro, Claudius Hermann e Johann relatam casos de paixões mal resolvidas, mas que ao analise real dos fatos traçavam aspectos claros daquilo que eles buscavam. Às margens do pensamento de Yalom na célebre frase de seu livro, meu preferido, Quando Nietzsche Chorou. Segundo o autor, ao analisar a linha tênue entre o amor e a loucura de Nietzsche, logo concluiu que Amamos o Desejo Mais que o Objeto Desejado. Acredito que este pensamento relaciona-se com os poetas desta geração ultrarromântica, bem como destes personagens de Azevedo que tão prontamente cultuam o amor, a morte e o vinho.

Na vida real e moderna que aprendi as cosias se relacionam de fato, às margens deste pensamento utópico. Claro, os sensatos evitam esta flor roxa em suas cabeças e vivem na manutenção da satisfação sexual do prazer, da reprodução de sua prole e do status social.
Mas, o amor, a morte e o vinho sempre se mostraram atalho constante aos amantes dos amores perdidos.

O amor: Sentimento de caloroso apego pessoal ou de profunda afeição, caloroso afeto ou estima por outrem. Sinônimo de um platonismo atípico de um tempo em que sentimentos são costumeiramente tidos de forma leviana. O que importa não é o que se sente, mas o que se pode ser recebido pela união e falso senso de pertencimento amoroso.

Morte: A cessação de todas as funções da vida, portanto, o oposto da vida. Falência da capacidade intelectual de perceber a vida, o mundo e o amor. Nesta fase busca-se o amor em sua forma de prazer, do amor ao desejo, de receber proteção formar filhos, ter um lar e receber a permissividade do cônjuge para se ter sua antiga liberdade fora do contexto conjugal. Falta de crença no sentimento verdadeiro, no verdadeiro sentido da vida.

O vinho: genericamente, uma bebida alcoólica produzida por fermentação do sumo de uva. O recorrente nas horas de ausência de afago, de carinho, de atenção. Na lamúria do abandono. Pode representar muito bem o vício de tantas pessoas que se perderam por este caminho e hoje se encontram dependentes de medicamentos, drogas ilícitas, derivados do álcool, dependentes da química biológica provida pela depressão que, é a doença do século.

Porem, louco sou por pensar e viver assim.

No Botequim a turma me chama de careta por ouvir Raul Seixas (Tu és o MDC da minha vida) e por falar de amor e ciência com o garçom. Por isso escrevo e publico. Às vezes um espírito desvairado identifica-se com essas encefálicas posturas de pensamento.

Mas, daí, lembro-me daquela que, na sétima série Iara Rachel me apresentou no mundo literário, aquela senhora que, na aurora do despertar do século XX, apresentou aos prosélitos da pós-modernidade dominada pela racionalidade do pensamento amoroso o seguinte poema:

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei.
Não sei se fico ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada
(Motivo – Cecília Meireles)



domingo, 28 de abril de 2013

Um dia sem Artur - Calígula de Odisséia

Vivo porque o instante existe, dizia Cecília Meirelles. Mas, que instante é este que nos parece infantilmente necessário e tão valoroso ao sentido próprio da existência? Tão quanto ao destino dos amores vividos, é certa as lamentações de amores passados.

Dizia meu avô que o homem pode ter quantas mulheres bem quiser. Mas, apenas um amor na vida pode-se ter. Neruda talvez o soubesse ao escrever "os versos mais tristes desta noite".

Bem, segundo a teoria crítica da escola de Frankfurt pré guerra, teoria e prática são, divergentes ou não. Confuso, pois uma complementa a outra, mas uma retrata a ausência da outra. Traduzindo: a teoria é como as coisas deveria ser, porém a prática é como as coisas realmente o são.

Pelo viés racional dos fatos, poder-se-ia equilibrar-se ao ponto de vista possibilidades de inserções da visão da lógica proposicional. Segundo subtende-se, constitui-se um sistema formal no qual as formulas representam proposições que podem ser formadas pela combinação de proposições atômicas usando-se conectivos e um sistema de regras de derivação. Aplicabilidade na vida íntima e pessoal destes poucos instantes que à vida existe?

Também não sei.
Na vida que se nos ensina cria-se uma lógica de mundo onda as coisas funcionam de uma forma ordeira tal qual um grande relógio cartesiano.

Visualize só: Educação > Trabalho > Dinheiro > Família > Filhos > (outras cositas mais).

Parece um esquema razoável, flexível e que retrata bem o cotidiano do ser humano: se tudo fosse só isso! No fim das contas, somadas a balança das realizações psicossociais, mentais e subjetivas, isso torna-se menos que tudo! 

Eis o desafio: como explicar tudo isto ao meu filho? Como mostrá-lo por A+B que este sistema é acomodador e prende o indivíduo para longe dos seus sonhos?

Na verdade o objetivo do sistema de coisas é fazer com que você ganhe dinheiro, assine contratos, use um terno, troque o carro.... e, em troca disso desaprenda a caminhar no céu decretando os limites físicos e psicossociais de sua existência.

Neste momento, você deixa de existir e vira um escravo do sistema de coisas!

quarta-feira, 10 de abril de 2013

POEMAS DE AMOR E UMA CANÇÃO DESESPERADA - PABLO NERUDA


Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: “A noite está estrelada
e tiritam, azuis, os astros à distância”.
O vento desta noite gira no céu e canta.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu a quis e por vezes ela também me quis.
Em noites como esta apertei-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.
Ela me quis e às vezes eu também a queria.
Como não ter amado seus grandes olhos fixos?

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.
Ouvir a noite imensa mais profunda sem ela.
E cai o verso na alma como o orvalho no trigo.

Que importa se não pôde o meu amor guardá-la?
A noite está estrelada e ela não está comigo.

Isso é tudo. À distância alguém canta. À distância.
Minha alma se exaspera por havê-la perdido.

Para tê-la mais perto meu olhar a procura.
Meu coração procura-a, ela não está comigo.

A mesma noite faz brancas as mesmas árvores.
Já não somos os mesmos que antes tínhamos sido.

Já não a quero, é certo, porém quanto a queria!
A minha voz no vento ia tocar-lhe o ouvido.

De outro. Será de outro. Como antes de meus beijos.
Sua voz, seu corpo claro, seus olhos infinitos.

Já não a quero, é certo, porém talvez a queira.
Ah, é tão curto o amor, tão demorado o olvido.

Porque em noites como esta a apertei nos meus braços
minha alma se exaspera por havê-la perdido.

Mesmo que seja a última esta dor que me causa
e estes versos os últimos que eu lhe tenha escrito.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Crônica de uma partida I


Decepcionante, amarguraste a angustiante como de mãos atadas ficamos diante da indiferença de alguém que outrora amamos, mas que jaz se afundando num poço sem fundo. Quem me dera meu avô para me ensinar as coisas que na vida de um home aconteceria. Meu pai não existiu e minha mãe tentou com sorrisos disfarças o que na alma e no espírito se desiludira na vida.
Aquelas mesmas mãos que me afagaram. Aquela mesma boca que me acariciou os lábios. Aquele mesmo anjo que me salvou, foi o mesmo que, no apego, me abandonou e que hoje despreza minh’alma condenando-me a viver de lembranças, lembranças minhas que teimam em ir e vir em noites de solidão, ao som de uma música, à leitura de um livro ou poesia pertinente.
Talvez o maior dos males que se podem cometer contra quem está ao lado é o de iludir, de enganar, de fingir ser/estar para conseguir autoproteção, autoconfiança, ou um sentimento de levantamento da moral própria ou para ser aceita moralmente em seu lar.
Agora eu sei por que e o que minha mãe de mim queria esconder, enfeitando os caminhos que eu iria seguir. Talvez um dia também tenha que ocultar do Artur a verdade escondida por trás do amor.
                Como dizer a ele a verdade, sob minha ótica, claro, das coisas, de o porquê ele não tem um lar e de como tudo isso aconteceu sem pôr a culpa em alguém? Como explicar a ele a tristeza e a indiferença que rondam o ambiente a cada vez que seus pais esbarram-se fatalmente nos na troca de turno materno-paterno?
Talvez romperia o poder que Jeová deu aos homens. Assim como Sartre, entendo isso como um mal, uma condenação, a ser livre, a usar o livre arbítrio. Pudera-se eu, possivelmente a resgataria deste triste mundo cortando-lhes o fio de seu livre arbítrio. Vovó já dizia que temos escolhas. Porém, existem pessoas que, mesmo diante das piores escolhas e de suas consequências, ainda persistem em tomar seu rumo. Daí surge o sentimento inicial de amargura, decepção e de angústia.
O que me resta é lembrar que tenho uma vida a viver e, nos meus pesadelos vivenciar em febre ardente, vez por outra, a desgraça deste alguém. Desgraça essa que jamais desejei, mas que se faz o novo sentido de sua vida, de sua velha vida, de sua zona de conforto.
Gostaria de leva-la sempre comigo. Mas, apenas lembranças boas e ruins - essas últimas as piores da minha vida - é que posso levar em memória, em minha história, em meu coração. Como fruto do nosso amor, fica o presente de Jeová - Artur: A última centelha deste amor que sobreviveu aos tempos. A última lembrança viva. Daí o amor em dobro que hoje dirijo a este fruto. Outrora o amor que a ela eu dirigia, hoje pode ser apenas empregado na última parte da mente, alma e coração (Artur) daquela pessoa que conseguiu me cativar ao extremo, mesmo sob palavras bonitas que com o passar do tempo tornaram-se apenas palavras lançadas ao vento.
Com o peito cheio de lágrimas e tristeza, e sem mais poder para reação estando impedido por ti mesmo,  por força maior que a minha, a tua,  despeço-me de ti, daquela que foi a mulher da minha vida, aquela por que sonhei, lutei. Aquela por quem sorri e sangrei. Aquela que me iludiu e por quem me ilidi. Claro, sempre resta uma última gota de esperança de que se desfaça de seu caminho, mas alimentar esperança por quem não deseja volver é no mínimo suicídio.

Adeus, Adeus, Adeus, meu grande amor... mãe do meu filho!



quinta-feira, 4 de abril de 2013

Tratado sobre a perda Parte I


Entre Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro
Calígula de Odisséia (03/04/2013, 19:25 P.M)

Sentimento é coisa de gente humana. As vezes penso eu que não queria eu ser gente humana, pra não chorar, sofrer. Dias de sol, dias de chuvas, para cada sorriso no rosto, duas lágrimas caídas. É a vida, é vivida, é renhida, é sofrida.
Tal fato ocorre, pois, por ter amado uma mulher com todas as forças que um homem pode amar. Talvez eu esteja exagerando.  Na verdade, amei o mais intenso que eu podia amar uma mulher, excetuando-se amigas e parentas. O amor que aqui vos apresentam é o amor romântico: meio platônico, meio érus. Sabe-se lá como se chama este raro amor num mundo pós-moderno, imediatista e casual.
Foi-me prometida uma ação ao tempo em que prometi dedicação. Não se sabe ao certo por que o céu é azul, porque o mar é verde/azul. Não se sabe ao certo o tempo exato do nascer de um amor. Certo mesmo é quando se prende ao seio que nem trovão tremendo símbalos, aglutinando emoções, despertando sensações outrora perdidas.
Mas, como receitar um remédio pra dor da partida? Como deixar pra trás aquilo que se ama, estando neste depositadas todos os vintes de uma vida amorosa dos quais trouxeram alegrias e tristezas? De fato, o fato é que pior que a dor é a dor da certeza incerta dos amores que estão se distanciando, se esvairando, espirando-se aos poucos como uma ampulheta descontrolada. Conquanto corre o tempo mais aperriante é desesperante tornam-se nossas ações, nossos passos tais quais passos perdidos e soltos, não lineares a rodear areia movediça que, em maio a tanto desespero, parece-nos seduzíveis em caso de derrota.
Mais não, não me parece uma ideia razoável quanto foi da primeira vez em que a perdi em minha vida. Tampouco, me parece soar racional a ideia de me desfazer de mim mesmo, de mim mesmo nela. Livrar-se dela seria livrar daquilo que eu construi de mim noutro, minha essência desfeita e feita nela.
Porém, no momento da tristeza, esta ideia não me parece absurda, nem razoável. Parece-me como algo compulsivo. Uma criança chora ao seio da mãe quando quer colo, carinho, leite, afago e afeto. Depois de grandes ficamos sem grandes opções de como reconquistar aquilo jaz perdido ou de obter aquilo que tanto queremos.
Mas, fato é de que, hoje, sinto falta da minha coisa pequena. E nem cabe aqui apologia de que QUANDO PERDEMOS É QUE DAMOS VALOR AQUILO QUE QUEREMOS. Sempre dei valor, sempre me doei, sempre zelei. Claro o fato de que as vezes somos egoístas e ainda assim conseguimos sufocar aquilo que amamos, que queremos.
Aquela dor sufocante ao seio me bate agora, uma dor de cabeça parece me arrebatar ao lar da minha família, minha pequena e meu pequeno. Aquela mesma dor que já sentira por ocasião da primeira perda. Nossa como é ruim a sensação de estar sem a pessoa que amamos, sem saber se esta pessoa pensa em você, se esta pessoa espera seu regresso, se esta pessoa sente a necessidade de estar contigo.
Neste momento, paro de escrever para dar lugar a minha dor.



quinta-feira, 7 de março de 2013


O Homem

Raul Seixas

Dia D...

Será que valeu a pena?

Claro que a resposta a esta pergunta não insere que o vivido não foi bom, ou que os bons frutos trouxeram arrependimento. Não nada tem a ver com isso. Afinal, tudo tem aprendizado e, antes do sofrimento existiu o gozo, isso é inescusável. Sabe aquela decisão que você demora toda uma vida por insegurança de tomar a decisão errada? Pois é! E quando esta decisão pode e deve interferir significativamente nos rumos de sua vida? Pois é!

Uma, Duas, Três e mais vidas influenciadas... E o que você fez? O que fizestes da oportunidade? A juventude frente ao erro é como pólvora dividindo ambiente com o fogo... Sua mortalidade é quase certa.

Porém, errar é justo, é humano num mundo errante. O erro contante  é questão de superação, é sentir-se semideus na terra de Oz. Mas, nem sempre nossos sonhos, ideais, rumos, projetos... dependem único e exclusivamente de nosso esforço a partir do momento que queiramos dividi-lo com outrem.

De tudo que vivi, descontrairei a lógica das coisas, dos valores que me foram ensinados.Acreditei, investi, perdi o meu medo da chuva, a chuva me molhou... só assim lembrei-me ser humano, falho e que, por mais que gostemos dos outros e façamos sacrifícios em nossas vidas, nada vale a pena quando você também não para pra pensar um pouco na sua felicidade.

Não falo aqui de egoísmo. Falo de egoísmo. Não seja egoísta, faz mal. Porém, às vezes faz bem ser egoísta, pensar na sua felicidade também e não apenas na felicidade alheia! Pra alguém a felicidade pode representar algo diferente do que você entende por felicidade. Então, você se esforça pra fazer o outro feliz: mas quem te fará feliz? Quem irá te acompanhar na tristeza e na alegria? Na saúde ou na doença?

De hoje em diante terei a coragem e a bravura indômita de leão novo jubado pra enfrentar o caçador e/ou o domador circense. O erro sempre fará parte do meu caminho, porém a não permanência nele será minha obsessão!

Às cosias, lugares, momentos e pessoas que deixei pra trás por algum tempo e que a partir de hoje perdi o direito de tê-los ao convívio, digo um cabisbaixo e confiante: ATÉ BREVE!




terça-feira, 5 de março de 2013


O que você faria
 se a pessoa pela qual você tivesse feito
 o maior de todos os sacrifícios
 para estar com ela
 te deixasse seguir só na vida?