“Sou o resultado das minhas realizações…gols e bolas na
trave fazem parte do jogo já que a vida é curta e minha vontade é eterna…sou o
que pude e o que tentei ser plenitude…quis ser muitos e sobrou um quando
dispensei meia-dúzia dos que não me souberam ser…contagiado pelo bem tornei-me
um guerreiro da paz…o meu canto será ouvido assim como o som dos ventos,
enquanto o sol brilhar e as lembranças resistirem…dei passos vendados em
caminhos movediços para ser merecedor de um lugar no pódio do amor !!!
Eu
Minhas realizações e amadurecimentos
são resultados das minhas frustrações e dores. Sim, isto faz parte da minha
vida. E, enquanto houver vida, realizações e frustrações, dores e alegrias, serão
eternas etéreas. Fui o que pude ser. Fui o meu melhor. O meu melhor foi o
melhor e o pior. Mas foram momentos do momento do Eu e vividos por mim. Tentei a
plenitude, a paz e o amor ... na luta pela sobrevivência. Mas, de fato, tentei ser
eu e o eu que não era. Na verdade, tantos quis ser, nenhum o fui, exceto o eu
que eu era. Que lástima! Sobrou apenas um quando os outros se foram. Se foram porque
os dispensei. Se foram porque não me souberam ser. Se foram porque não os soube
ser. Contagiado por amores vis, quimeras efêmeras dos meus 16 anos, sonhos hollywoodianos
daquela sessão da tarde, àquela garota de clara de neve e olhos azulados que o
olhar nunca me fitou... tornei-me um poeta ultrarromântico, que se alimenta da
própria tristeza para palavras, rimas e versos dar vida e coerência em rio
corrente. No mínimo desarrazoado, antinômico... Ninguém me disse, eu mesmo me reconheço
ébrio sentado à beira da janela do meu quarto fitando às arvores ao vento no
meio desta tarde de domingo. Quem à metros me enxerga, não lê no meu sorriso, no
meu olhar, a indiferença na expectativa estúpida de um chinês monolíngue
indolente. Se não sou decodificado, minhas angústias sequer serão ouvidas. Então,
meu canto jaz eterno, frio e esquecido. Minhas palavras serão como os ventos. Sempre
serão viris nos corações de quem penumbra no quarto sozinho. Enquanto o sol
brilhar, serão cinzas no canto da calçada, diante do sol abrasador do meio-dia.
Quem para para ver? Elas renascem em outros corações, em outras vidas, em
outros quartos, em outras noites em outros editores de textos, em outros copos,
em outras canções, em outras fragrâncias em outros cantos frios e escuros. Dei alguns
tantos passos. Andei e corri. Cansei e
descansei. Meu destino era a paz e o amor. E cá estou onde você também está!