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domingo, 29 de setembro de 2019

O lobo da minha infância


 Quando eu era pequeno o lobo era mau,
Tinha olhos, ouvidos, boca, dentes enormes e o corpo peludo
Na lua cheia virava lobisomem, era lobo, mas era homem
E surgia toda vez ao som de  Mistérios da Meia Noite

Quando eu ia dormir, o lobo me assustava
À noite, parecia ouvi-lo uivar,
Nas sombras querendo me devorar
E, no escuro, no silencia do meu quarto eu me assustava
Não ia ao banheiro, o lençol manchava e minha mãe brigava
Mas, toda noite, ao lobo ela assistia na novela das 8

Mas, eu cresci
Meu pai me ensinou que do lobo
Devo ter outros temores
Pois, o lobo não é bom, o lobo não é meu
O lobo uiva para se comunicar
Não vira lobisomem, pois isso é lenda
Não sai de baixo da cama, pois vive na floresta
Não vai me devorar, pois
Ataca para se defender
Ou para comer

Ainda bem que eu aprendi, ainda bem que eu cresci

O lobo da minha infância - versão reduzida

Quando eu era pequeno o lobo era mau
Tinha olhos, boca e dentes enormes
Que iam me devorar
Quando eu ia dormir, no escuro do meu quarto, eu me assustava
Não ia ao banheiro, o lençol manchava e minha mãe brigava

Mas, eu cresci e aprendi
Que do lobo devo ter outros temores
Pois, o lobo não é bom, nem é meu
Não vive de baixo da cama, só na floresta
Não vai me devorar, pois só ataca para se defender ou para comer
Ainda bem que eu aprendi, ainda bem que eu cresci