Dos sonhos quando nasci
Descrente me criei
No pálido andar
De caminhos perdidos
Me fiz passar
Longe de ilusões de lua
Das trevas quando cresci
Mórbido me fiz
Duvidando minhas duvidosas crenças
No amor que encanta o arco Iris
Vivo na ignorância.
Coveiro de sonhos perdidos
Cultivei um coração insemeável.
Meu seio – duro feito à morte
Feroz como o orgulho ferido
Me fiz na taberna do desamor
Na matéria impura,
Do negro na página escura
Então, na morte adormeci
Na primavera fagueira despertei
Entrementes, murcha flor
Parecia ser...
Minha flor de lis encontrou a mim.
Das trevas mórbidas
Meu seio se afastou
A vida – sim, começou
E desde então
Padeço a sorrir
Como raiz de flor de lis.