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domingo, 28 de dezembro de 2014

fallen: do not bring me back to life

Eu tive um sonho
Já era de manhã, lá pelas tantas da tarde
Foi quando eu acordei, pensei comigo
- É dia e o dia começa com um bom dia!

Era dia, era tarde
Mas, amanheceu e despertou
Apenas despertou
... Antes não tivesse despertado

Despertou aquilo, algo que nem sei
Um matador silencioso que,
Lá pelas tantas da madrugada
Percorre as camas do mundo
Com sua navalha afiada

Já não sei ao certo, mas pesadelo seria
Postergado sobrevivente
Jaz as costas exaurem expiação
Se ofereço, se me ofereço

Fatigada, a vida tem sido, qualquer coisa menos eu
Entre um boteco e uma mensagem digital
O caminheiro poente
A cotovia nascente
Onde estão?

O vento uiva, faz o pedaço de papel levantar voo
A poeira se esconde pelos cantos úmidos e escuros
Os pingos absurdos soam no piso do banheiro
Os olhos cansados pairam no nada
Jaz dorme em algum lugar escuro e frio







quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Inteligência emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente

"O Desafio de Aristóteles:Qualquer um pode zangar-se isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa não é fácil. ARISTÓTELES, Ética a Nicômaco". 

Assim se inicia o livro Inteligência Emocional de Daniel Goleman. Inteligência emocional é um conceito em Psicologia que descreve a capacidade de reconhecer os próprios sentimentos e os dos outros, assim como a capacidade de lidar com eles.


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terça-feira, 16 de setembro de 2014

Capítulo 4 - Baum à Saint-Exupéry

Sou um homem simples de hábitos simples e repleto de defeitos. Jamais fiz algo de notório e logo meu nome será esquecido... Porém, em um de tantos aspectos possíveis da minha vida, posso me considerar um vencedor. Consegui sentir amor verdadeiro no coração e este amor me fez mudar e lutar até onde me foi possível pra conseguir reconquistar o amor da mulher da minha vida...
Quem sou eu? E como acabará esta história?
O Sol já está se levantando, mas a lua ainda está no céu que agora já não mais está tão escuro quando no momento em que iniciei esta escrita, agora está acinzentado. Estou no meu quarto, em minha cama fria e vazia que um dia já esteve quente por conta dos nossos corpos se amando. Vez por outra levanto-me e observo minha imagem no espelho. Não estou uma figura digna de ser vista, esta madrugada: olhos fundos e marejados, um pouco mais magro e pálido e um rosto abatido.

Trinta e poucos anos, penso às vezes, e apesar da minha própria aceitação desta minha idade, ainda me surpreende que sinta ao corpo estas sensações ao lembrar-me de quem amo. E pergunto-me se será assim com toda a gente da minha idade, ou sou um caso único.
A minha vida? Não é fácil de explicar. Não tem sido o percurso naturalmente ou um percurso esplêndido ou até mesmo um caminho dos derrotados. Sou de descendência afro indígena, com um sinal do lado esquerdo do rosto que a vida me deixou, magro, 1,83 cm de altura. Calculo que não seja dos homens mais vistosos, fortes ou cultos que uma mulher possa se sentir esplendidamente apaixonada à primeira vista.
Uma carreira acadêmica regular, uma iniciação profissional regular, um pouquinho de reconhecimento pelo meu trabalho... E aprendi que nem toda a gente pode dizer o mesmo da sua vida e que eu mesmo não posso reclamar dos rumos que a minha tomou.
 Mas não se iludam. Não sou nada de especial e disto estou certo. Sou um homem vulgar, com pensamentos vulgares, e vivi uma vida vulgar. Depois de algumas perdas - quase insuperáveis -  e ganhos de aprendizagem aprendi a repensar minha vida e mudar meu proceder.
Os românticos chamariam este relato de história de amor, os cínicos certamente a classificariam como uma tragédia, ao passo que para a moçada lá do botequim é careta se alguém fala de amor. 
Para mim tem um pouco de ambas as partes, e qualquer que seja o modo como se escolha olhá-la, não se altera o fato de que se trata de uma parte muito importante e inesquecível da minha vida e do caminho que por opção pessoal escolhi percorrer, mas que me levou a fins não desejados.
Não tenho queixas a fazer quanto ao meu percurso, nem quanto aos lugares aonde me levou, nem da mulher que amei e que me trouxe até este momento. Talvez que sobre outras coisas pudessem ser rearranjadas de outra maneira.
O tempo, infelizmente, não torna fácil o manter do curso, não me proporciona esperar muito, minha saúde frágil não suporta tanto tempo além de uma ansiedade crônica que me mancha, me marca o rosto e vez por outra me causa taquicardia. 
O caminho continua como sempre, juncado com as pedras e o cascalho que se vão acumulando ao longo de minha vida, o que muda é que por hora sigo a sós comigo mesmo a estrada de tijolos amarelos.
Até bem pouco tempo atrás, questão de um mês, teria sido fácil de ignorar todas estas adversidades, mas agora é impossível. Uma doença misteriosa rola através do meu corpo, minha mãe diz ser psicológico, produto da tristeza. Mas, o fato é que já não sou forte nem saudável como antes. Não sou tão galanteador quanto nos tempos áureos, nem tenho o coração insemeável quanto antes. Os meus dias vão-se gastando como um velho balão de festa: inerte, esponjoso, e a tornar-se cada vez mais mole e ao mesmo tempo indiferente com o tempo. Uma febre me visita algumas noites, meu pulmão reclama e minha cabeça acusa todos os dias que não está ignorando os fatos.
Tenho consciência de que as probabilidades estão contra mim. Mesmo que eu tenha ou esteja indo em direção contrária ao sentido do amor. Mas o amor nunca tem uma resposta definitiva. Nós é que escolhemos dar ou não essa resposta. Isto eu sei, aprendi-o durante a minha vida. E tal entendimento deixa-me com a crença de que o amor, por mais inexplicável ou explicável, em mim foi real e pode ocorrer sem que eu possa estar atropelando a ordem natural das coisas.
 Assim, uma vez mais, tal como agora o faço, começo a escrever este relato, na esperança de registrar o amor que veio a dominar a minha vida, já na fase tardia, possa prevalecer em um canto especial do meu coração como crença para os momentos de minha vida que se seguirão. 
E por hipótese, só por hipótese, e talvez aconteça, terei renascido e não terei voltado ao estado psicológico de onde um dia adoeci...
Assim começa o capítulo que relata minha vida amorosa...

Teoria da sensibilidade

Incrível como, diante do tempestuoso mundo de objetos de valores, nos afastamos de nossa essência, sem perceber o menor desequilíbrio, construindo uma linha muito tênue. Analisando friamente os fatos, percebo que, aos poucos, perdemos os toques pertinentes ao processo de sensibilização. Perdemos a sensibilidade e incorporamos um coração que nos impede de ver, raciocinar e tomar decisões coerentes.

Pelo simples fato de pertencer a espécie homo sapiens, do latim homem sábio, somos dotados de um cérebro com tecidos neurais com pequenas fibras que se ligam unas as outras, podendo ser de forma constante ou inconstante, causando emoções, sensações e o poder de conectar espaços do cérebro.

Ora, sobre isso, para a não demonstração ou uso destas habilidades, penso agora em duas teorias:

1 - No desenvolvimento psicossocial, não evoluímos essas potencialidades. Pode ser pela super proteção dos pais, pelo contexto social no qual o sujeito está inserido, entenda-se como familia, igreja, leis sociais implícitas no cotidiano, ou simplesmente uma adaptação do sujeito ao ambiente.

2 - Ou perdemos esta habilidade ao longo de nossa história política no meio social. Nos moldes atuais da sociedade, somos atacados e perseguidos por todos os lados por medos emblemáticos e que muitas vezes não nos chegam. Mas, convém a nós mesmos nos armarmos contra as investidas dos perigos. Nos municiamos tão bem, que acabamo por perder este conjunto de sensibilidades.

Pela falta de habilidade em tatear e identificar adversidades ou oportunidades usando este sistema, nos perdemos nos nossos sentimentos e evidenciamos isso nas nossas escolhas. Escolhas objetivas, subjetivas, diretas, indiretas, compulsivas, emotivas, racionais, programadas, não programadas. Enfim, aquilo que, por hora, aparenta o menor risco. Mas, como identificar o o grau de risco da situação se, nos cerceamos do processo de sensibilização?

Consigo muito bem identificar este processo, inclusive apontar falhas ou virtudes nele, desde que eu não esteja envolvido afetivamente. Esta afetividade, decerto, me tira o senso.





O canto

Canta, canta e canta
Um pequeno canto ao cair da montanha
Canta seu canto, livre de dor e de engano

Seu canto doura o jardim de cor
Nutre o capim de amor
E o girassol de orvalho
Na languidão da dia

Canta a poesia
Canta no meu quarto a noite
Canta que teu canto, no silêncio
Espanta minha solidão
Espanta meus espantos




Dos sonhos quando nasci
Descrente me criei
No pálido andar
De caminhos perdidos
Me fiz passar, e passei
Longe de ilusões de lua em lua

Das trevas quando cresci
Mórbido me fiz
Duvidando minhas duvidosas crenças
No amor que encanta o arco Iris.

Vivi na ignorância.
Coveiro de sonhos perdidos
Cultivei um coração insemeável.
Meu seio – duro feito à morte
Feroz como o orgulho ferido

Me fiz na taberna do desamor
Na matéria impura,
Do negro na página escura

Então, na morte adormeci
Na primavera fagueira despertei
Entrementes, murcha flor
Parecia ser...
Minha flor de lis encontrou a mim.

Das trevas mórbidas
Meu seio se afastou
A vida – sim, começou
E desde então
Padeço a sorrir
Como raiz de flor de lis

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Angústia

Quando você está com medo e lidando com seus próprios demônios, eis que ela aparece e, quando você está aprendendo a lidar com medos e temores, ela vai embora. Diante disso, volta o medo e o temor, sombras que pareciam se distanciar com o vento. E, num instante que parece eterno, paro e me pergunto o motivo. Aquele nó na garganta, aquela angústia ao peito, a insônia... Nesse momento dá vontade de sumir e abreviar esses temores, anseios...  Por não saber como lidar com tudo isso!



domingo, 14 de setembro de 2014

Um dia essa dor será útil


Psicoterapia!



Saudade

Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua,
Dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.

Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de um filme da infância.
Saudade de um filho que está longe.
Saudade do gosto do sabor da guarina.
Saudade do amigo meu imaginário que nunca existiu.
Saudade da época da faculdade.
Saudade de mim mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.

Você podia ficar no trabalho e ela na faculdade, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir tomar um chope e ela ir para a igreja, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor,
Ou quando alguém ou algo não deixa que esse amor siga,
Ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.

Não saber o que fazer com os dias e noites que ficaram mais compridos;
Não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento nela;
Não saber como frear as lágrimas diante de uma música;
Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ela está feliz, e ao mesmo tempo querer perguntar pelas redes sociais...
É ouvir tocar o celular, mas não ver resquícios dela.
É não querer saber se ela está com aquele vestido, aquele batom, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer.

Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo,

E o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...

Adaptado de M. Falabela

13 de setembro


Febril, gélido corpo desbotava na madrugada de 13 de setembro
Risonho, doses de uma saudade aflorou, 
Ela descia lentamente do céu e sentava ao lado do lastro da minha cama,
Encostava-me a mão ao rosto e, acariciando-o, ressoava: 
- Eu estou aqui!

Repassei a minha vida, desde aquele dia da guarina...
Saudades, voltei e por algum momento, gozo senti,
Mas, o ingênuo, aos tropeços, se foi,
E eu fiquei só, comigo mesmo.
Inevitável voz indolente na centelha febril de consciência
Uma verdade despertou:

-  Febril, tem ninguém ao teu lado!

Sozinho... E agora, José?





segunda-feira, 8 de setembro de 2014

07/09/2014

Ela era a flor do dia, a luz da primavera, o sorriso maroto ao amanhecer
Ela era minha diversão, minha chatice, minha perversão, meu amor
Ela era o que eu precisava, o que não precisava
O que eu esperava, o que eu não estava pronto para esperar
Ela era minha amiga, minha cura no fim do túnel...
Ela era a minha chance de ser feliz

Ainda aguarda uma mensagem, um email..
- Eu blefei!

Engano meu, tudo ocorreu!






domingo, 7 de setembro de 2014

STJ Cidadão #280 - A síndrome da alienação parental

O Eu Que Eu Era

Falar sobre mim não é fácil. Envolve lembranças de curto e longo prazo. Algumas inesquecíveis, outras esquecíveis, construtivas e destrutivas, boas e péssimas. Estas e outras memórias estão contidas na auto biografia "O Eu Que Eu Era". Uma narrativa simples e impessoal da minha vida. Ainda em processo de produção, o livro estará disponível a priori apenas em formato digital e será publicado pela Editora Saraiva.

sábado, 6 de setembro de 2014

Remando Contra a Maré

Cquote1.svgNo Brasil, não basta vencer a eleição, é preciso ganhar a posse!Cquote2.svg
— Getúlio Vargas

Cquote1.svgNa minha situação, não basta ser pai do Artur, é preciso ganhar esse direito!Cquote2.svg
— Rafael Barros

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Código Civil vigente, in verbis:

Art. 1.632. A separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável não alteram as relações entre pais e filhos senão quanto ao direito, que aos primeiros cabe, de terem em sua companhia os segundos.

domingo, 31 de agosto de 2014

Desta feita, dentre outras obrigações dos pais em relação aos 
filhos, podemos citar duas constantes do art. 1634 do Código Civil, in verbis: 
Art. 1.634. Compete aos pais, quanto à pessoa dos 
filhos menores: 
I - dirigir-lhes a criação e educação; 
II - tê-los em sua companhia e guarda. 
(...) 

Presente dia dos Pais - Uncisal



segunda-feira, 11 de agosto de 2014

CF 1988

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;


VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

domingo, 10 de agosto de 2014

Constrangimento e Humilhação

É muito constrangedor e humilhante para um pai que, desde antes do nascimento do filho, presta toda assistência possível, não poder estar com seu filho, no seu lar, nem mesmo no dia dos pais!


sábado, 12 de julho de 2014

Acima do Cavaleiro da Távola Redonda


O tempo é injusto, cruel.
Rouba o que temos de mais precioso,
O que temos de melhor,
Nos leva a beleza, a paz, a felicidade!

O tempo é vaidoso, quer apenas pra si
Não quer dividir, não quer dar
Apenas quer receber,
Receber pelo mérito alheio!

O tempo é injusto,
Isso já foi dito,
Isso já é sabido de nós
Isso é sentido,
Todos os dias,
Ao nascer do sol, Ao cair da noite

Tanto pedi ao tempo:
Sede justo consigo mesmo?!
Conosco? Comigo? Contigo? Com o pretérito?

Mas, o tempo levou e persiste em levar a cada dia
Cada centelha de esperança que ressurge
O tempo se encarrega de apagar
De destruir a mais do que construímos

No fim, somos escravos do tempo.
Mas, qual o poder legitima o tempo,
Senão suas próprias incoerências?
Ainda assim, o tempo é a favor do tempo
Enquanto isso, somos meros escravos do tempo,
Privados pelo tempo,
Cerceados pelo tempo,
... Meros escravos do tempo!

Até quando?







quarta-feira, 9 de julho de 2014

08/07/2014

Então, abracei meu filho bem forte e deixei cair algumas lágrimas dos meus marejados olhos!




Nesses momentos, respiro bem fundo e me questiono: 

em que mundo vivo que as outras pessoas podem cuidar do que é meu por direito, mas eu mesmo não usufruo deste direito?



quarta-feira, 2 de julho de 2014

Primeiro de Julho de 2014

Triste é acordar durante 393 dias e perceber que, mesmo com todo esforço, cuidado e dedicação, você ainda luta por algo tão natural como o direito a paternidade e ao convívio com seu filho!


Estou triste, cansado, definhando...

segunda-feira, 9 de junho de 2014

A falta que Artur me faz (Domingo no Parque) - Papai


"Era domingo, lá pelas tantas da tarde e, no pequeno parque, existia um pedacinho de mundo encantado, onde pais e filhos se experimentavam e se observavam. Eu, sentado entre o parque e o caminho, apenas admirava os momentos que eram construído por cada família, cada relação.

O céu claro reluzia um brilho convidativo. A areia branca subia aos pés das crianças. De longe ouvia-se gargalhadas. Eram observados abraços, curtos, médios e longos, além de rostos abertos e sorrisos largos. E brincadeiras infantis desinfantilizadas pelos adultos que não sabiam mais brincar e atrapalhados faziam as crianças rirem ainda mais alto, ao ponto de eu também me envolver em risos discretos.

As folhas secas começaram a serem arrastadas pelo vento. Era o vento do sereno e com ele já chegava a noite. Então, o céu escureceu e as pessoas aos poucos retornavam aos seus lares - cada um com seus pares - com pés sujos, corpos suados, colunas estralando inegáveis semblantes felizes, tantos o grandes quanto os pequenos, parecia que todos haviam bebido da mesma porção mágica de felicidade.

Mas eu, eu estava sozinho sentado no pequeno banco sujo, invejando e me embriagando com os momentos alheios, sonhos meus vividos por pessoas que voltando aos seus lares e jamais notarão minha presença ou ausência no próximo domingo".

quinta-feira, 3 de abril de 2014

in memorian


E no rastro da existência, me habituo cada vez mais com idas e vindas.
Cada vinda, é uma soma.
Cada ida, é uma perda!
No fim das contas, cada pessoa que vai leva um pedaço de nós
Cada pessoa que chega, trás um pedaço si.
E assim vamos vivendo, frente aos nossos temores e amores.
Até que a vida seja findada, este é o caminho que se tem que fazer.
Mas, não nego: me dói a partida, me amedronta à chegada!



terça-feira, 4 de março de 2014

Meu conceito de família depois do castigo de dEUS!

Quando criança, aprendemos na escola que uma família era composta por um pai, uma mãe, filho(s). Muitas vezes imaginamos que conhecer alguém legal, ter um emprego estável, um lar confortável, ter filhos ‘saudáveis’ seria a receita para a felicidade.
Como naquela música do Kid Abelha, Educação Sentimental II. “A vida que me ensinaram como uma vida normal: tinha trabalho, dinheiro, família, filhos e tal.  Era tudo tão perfeito se tudo fosse só isso. Mas isso é menos do que tudo, é menos do que eu preciso”.
Muitas vezes não entendíamos como algumas famílias do nosso entorno social conseguiam a proeza de serem desfeitas. Assim, era muito fácil culpar e criticar um dos lados, ou os dois pela desestruturação da família nuclear. Era muito fácil propor solução e chamar os outros de loucos.
À essa época, família era uma operação aritmética simples:
Pai + Mãe + filhos = família.
Na adolescência começamos a descobrir um mundo novo. Aquele romantismo nostálgico dá lugar ao mundo real, ao mundo dos relacionamentos, da interação mais efetiva com o sexo oposto. Nesse momento, começamos a perceber que aritmética também tem subtrações, divisões e divisão. Possivelmente não entendamos como usar estes pequenos símbolos.
Primeira paquera, beijo, paixão, namorada(o), fora, decepção. Um turbilhão de sensações para um marinheiro de primeira viagem.
Na idade adulta, depois de algumas experiências negativas + positivas, depois de termos utilizado o modelo que aprendemos na escola, alimentamos em nossos sonhos e desfazemos na vida real, conhecemos um tipo "atípico", para os padrões em que crescemos, de família nuclear tradicional... A família!
E percebemos que, muitas vezes, o tipo de família que conhecemos na infância, hoje já não representa a realidade. Neste ínterim, famílias sem pai, sem mãe, sem filhos estão hoje no modal!
Não acredita? segundo o IBGE, o modelo de família nuclear representa 49,9% dos domicílios, enquanto outros tipos de famílias já somam 50,1%. Esta maioria é composta por casais sem filhos, as pessoas morando sozinhas, três gerações sob o mesmo teto, casais gays, mães sozinhas com filhos, pais sozinhos com filhos, amigos morando juntos, netos com avós, irmãos e irmãs, famílias “mosaico” (a do “meu, seu e nossos filhos”).
Agora que crescemos conhecemos as dificuldades de se construir e manter uma família nuclear unida. O que nos resta? Viver com nosso próprio conceito de família:
O pai solteiro com seu filho(a,s); A mãe solteira com seu filho(a,s); O homem solteiro com os pais; O homem solteiro morando só; A mulher solteira com os pais; O mulher solteira morando só; O casal com seu filho(a,s); O casal sem filho(a,s). O homem sozinho; A mulher sozinha. Ou qualquer outro modelo não linear.
Neste momento, descobrimos que o conceito de família feliz, somos nós que construímos. Temos pouco mais de 70 anos em vida para alcançara felicidade.

Do jeito que for, da maneira que for, ser feliz é o que mais nos importa. Fazer nossa família feliz é o que mais nos importa. Seja ela composta por segundos, terceiros, papagaio, cachorro... Enfim, buscar a felicidade para si e dar a oportunidade de ser feliz a quem está ao seu lado persistindo e te apoiando independente das circunstâncias.