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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Reconstruir




Certo dia, na calada da madrugada, estive encarando a parede e perguntando, como que se a parede fosse me dar resposta alguma: O que significa recomeçar?
A priori pensamos que recomeçar significa jogar tudo fora e começar do zero, será? Isso significa que tudo que foi vivido e com esforço conseguido, de nada mais vale! E não é bem assim, até uma lágrima pode ter um valor eterno de uma aprendizagem. Todo caminho, por pior que tenha sido, deixará a virtude da força, da coragem e da aprendizagem construtiva.
Às vezes as pessoas possuem opiniões formadas pelo cotidiano social e acolhe para si esta opinião, aquelas velhas frases prontas usadas nas redes sociais, nos ditados, nas canções...
- Os homens são todos iguais! Não vale a pena sofrer por alguém! Sofre mais quem mais se entrega!
Podemos analisar ambas as frases de uma maneira simplista e ratificá-las. Mas, podemos também verificar, na nossa experiência íntima, possíveis controvérsias.
Homens nem mulheres são iguais. Não podemos culpar experiências não amadurecidas no amor para fazer uma comparação generalizada. Homens são diferentes, mulheres são diferentes, alguns destes com comportamentos semelhantes. Desilusão amorosa não deve representar a aversão ao sexo oposto.
Cá, comigo, nestas situações compreendo bem a colocação do saudoso Nelson Rodrigues quando enfatizou que TODA UNANIMIDADE É BURRA.
Uma pessoa pode começar a reconstruir sua casa, a partir de simples materiais que restaram da antiga construção, pode produzir uma nova roupa reaproveitando uma roupa antiga: a isso dar-se o nome de sustentabilidade. E mais ainda, o que pode ser visto como entulho ou antigo, na verdade é uma matéria prima valiosa que consegue transcender o tempo e vivenciar a mudança.
Para se reconstruir uma vida não é diferente. Não necessariamente precisamos largar de tudo o que tínhamos, das pessoas, hábitos, atitudes e sentimentos. Na verdade, pra ser sincero, pessoalmente acredito que recomeçar do zero não é desconsiderar tudo o que nos fez feliz e infeliz. A infelicidade nos causa um bem tardio ao nos fazer valer as lições. Os momentos felizes nos servem como motivos a mais para viver, para ser feliz e para acreditar no amor da forma que convém a cada um acreditar.
Choros, tristezas, atritos? Comum na vida a dois! No inverno os porcos espinhos se aglomeram em grandes cavernas... Essa atitude é adotada para que eles estejam sempre mantendo a temperatura corporal uns dos outros. Isto os mantém vivos. Fora daquele ambiente, o frio poderia matá-los. Mas, em consequência, vez por outra um acaba ferindo ao outro.
Portanto, recomeçar! Está além de uma simples palavra, além de uma expressão popular. Recomeçar é acreditar que aquilo que se passou foi importante e, de uma forma ou de outra, doída ou prazerosa, serviu-nos de ponte e nos trouxe até este momento ímpar de nossa existência. Nos fez fortes, um pouquinho experientes, cautelosos, mas jamais retirou em nós a fé no amor, nas coisas, pessoas, momentos, sentimentos que nos fazem bem!
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. O que de nós vale a pena se não tocarmos o coração das pessoas?

sábado, 8 de setembro de 2012

Terminal Rodoviário de Maceió...


Pessoas indo e vindo. Despedidas e reencontros... Sonhos e expectativas que se fazem... Lágrimas de boas vindas e lágrimas de adeus! É interessante ver que a vida seria um encontro se não fosse feita de desencontros!
Mas, cadê a lágrima que desceu? Onde se aquietou? Por quem rolou? Foi de alegria ou tristeza? Um brinde a sua solidão, ela, a lágrima, foi criada na emotividade, na saudade ou na ânsia cristalizou-se, rolou pela face enrugada pelo choro e emocionou ao poeta sentado a mesa, com as pernas atreladas em outra cadeira, com um computador ligado, ouvindo José augusto, tomando uma cerveja barata, a observava-la, ficou sozinha no terminal. Veio o vento, a poeira, os passos certos e os perdidos e a pisotearam... Ela deixou de existir e ninguém a notou, sequer veio à existência foi esquecida e desapareceu com menos brilhantismo do que surgiu. De fato, a vida seria um encontro se não fosse feita de desencontros.


sábado, 1 de setembro de 2012

Você ainda se acha o máximo? É pq ainda não conhece o amanhã...


Estava perscrutando na corrente do tempo em que me encontro neste exato momento. Aprofundava meu pensamento na razão que leva uma pessoa a querer tanto a outra, que dá o direito a esta pessoa de ser essencial em sua vida. É trágico como grandes amores acabam. Romeu e Julieta que o digam. Na vida real o sistema nos molda (universo masculino) a um machismo disfarçado de identidade masculina.

Mas, o mundo real não concebe ensaios. Todo momento é real e consequente. Até que um dia o castelo de areia é sucumbido pelo vento e depois arrastado pela marola da verdade. Dias tão gloriosos, noites tão mulheris transformam-se em  dias inquietantes e noites vazias em um quarto escuro ou com a cara embriagada no banheiro do espelho.

Errar é trágico para a consciência, mas as consequências são destrutíveis a alma e espírito. E um simples perdão, por mais sincero que o seja não apaga tudo o que foi dito e feito, pensado e impensado.

Então, você passa a perceber a real dimensão de sua hipocrisia. Você descobre o quão falso éreis, enquanto nós mesmos definhávamos os hipócritas e faltos de coração. Um coração quebrantado, um amor perdido e nada mais a se fazer. Como um saco de plumas aspergido de cima da torre de um relógio, onde as lumas são espalhadas pelo vento, assim são os pedaços de um coração quebrantado: quem os pode ajuntar?

Perguntamos-nos então, o que se nos apresenta de pior: O sentimento da perda em si? O fato de perder alguém que amamos? A solidão? A consciência do erro? A perda pelo erro? A possibilidade de outrem ter o que outrora tínheis? A possibilidade do desprezo? A certeza do desprezo? O ócio? O momento feliz dos qual você se dá conta de que não está sendo divididos com a pessoa amada? Sua lágrima que não pode ser sentida? Seu choro que não pode ser ouvido? Sua febre não tratada? A porta que abre e que não trás quem você esperava naquele momento? O futuro planejado a dois, mas que a sós não pode ser visto? As pessoas que perguntam sobre vocês e que lamentam o término? Os comentários cruéis que se ouvem a respeito do seu erro? (...)

Pois é, acredito que possa valer a pena acreditar naquilo que faz bem. O imperfeito não participa do passado, nem do futuro. Máquina do tempo? Não, já somos bem grandinhos e perdemos a sensibilidade desses sonhos. Agora, tentar erguer a cabeça, e dar um 180° na vida. 360° não adianta por leva ao local de partida. Seguir o rumo da vida e mostrar a si mesmo, não aos outros. Sim, evidenciar a si mesmo que, um ser humano, quando quer, prova por a si mesmo e acredita nos seus ideais, pode ir onde quiser numa egotrip para ser alguém melhor. O amor muda as pessoas. Seja Phileo, Ágape ou Eros. O amor é um Don divino, mesmo assim, tão poucas pessoas conseguem senti-lo, tampouco demonstrá-lo. Amor não precisa ser como aves de verão, que vem e vão com o solstício. E aqui, por hora, concluo esse pensamento inconcluso esperando outros momentos de eclipse introspectivo.

Fonte: http://oeuqueeuera.blogspot.com.br/