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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Retratos - (Calígula de Odisséia & Cintia Maria)

Retratos amarrotados pelo tempo
Contam memórias e liras destoadas
Em vultos e lapsos de memória transcendentes

Desmemorias que me traz odores,
 Lugares e olhares de um alguém qualquer
Que no tempo jaz esquecido

Esses mesmos retratos - que ficaram amarrotados pelo tempo -
São a única coisa que eu tenho para lembrar que você é real
Que me cortam com a dor de um amor irrevogável
Que me rega com lamúrias de saudade e solidão

Bem sabeis, oh filhos da creação
O Jasmim perfuma o machado que o feriu
A rosa espinha a borboleta que a beija...
Mas, douda não se faz, porquanto,
Nem por isso a borboleta deixará de beijá-la,
E o machado livrara o caule do jasmim

Em poemas, liras e devaneios me espanto
Na loucura insana de minha mente
Desconfiguro o futuro
 Recapitulo o passado que nunca existiu
E válvulo-o em um futuro incerto,
Tão certo quanto à incerteza que se a de morrer

Retratos, memórias, canções e poemas... Quem se importa?!
Que me importa memórias perdidas,
Pixels desconfigurados de uma realidade incônscia?
Quantos quadros fizeram-se esquadros
Tornaram-se eira no cinzeiro de uma taverna qualquer?

E o 'eu te amo' que as fotos não podem reproduzir ficaram esquecidos
A falta que ficou é o amarelo daquele velho retrato que hoje é igual ao seu sorriso.

E que diferença faz o jasmim, a rosa ou borboleta
Desse sentimento o que se deve veracidade?
Apenas que tudo foi esquecido...
Como um brinquedo deixado no terreiro,
Como um vintém ao bolso amarrotado ,
Como o passar das horas num dia chuvoso.

E eu me sinto amolgado como esse velho retrato
Que ímpar, tolo ainda ouso guardar.
O que me importa, a solidão é um jogo guardado para um domingo chuvoso,
Bem sabeis, oh filha da terra!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O Eu Que Eu Era

Meu espírito reflete o eu que sou
Que acho que não sou
Mas às vezes o sou
... Tantos são
Que nem sei

Se, por alguns côvados caminho pensativo
Me vejo na semelhança de um alguém
Reflito.  Em muitos me enxergo
Não sei, enfim Quem
Na matéria impura ocupa minh’alma

Um instante sim, noutros não
Sou imperfeito e indeciso
Quem me vê, me enxerga
Não me compreende
Estação que muda repentinamente
Idas e voltas que nada significam

Somos quem podemos ser
Não tente me compreender.

Minha identidade, não sei
Só sei que existo e insisto em existir.