Estava perscrutando na corrente do tempo em que me encontro neste exato momento. Aprofundava meu pensamento na razão que leva uma pessoa a querer tanto a outra, que dá o direito a esta pessoa de ser essencial em sua vida. É trágico como grandes amores acabam. Romeu e Julieta que o digam. Na vida real o sistema nos molda (universo masculino) a um machismo disfarçado de identidade masculina.
Mas, o mundo real não concebe ensaios. Todo momento é real e consequente. Até que um dia o castelo de areia é sucumbido pelo vento e depois arrastado pela marola da verdade. Dias tão gloriosos, noites tão mulheris transformam-se em dias inquietantes e noites vazias em um quarto escuro ou com a cara embriagada no banheiro do espelho.
Errar é trágico para a consciência, mas as consequências são destrutíveis a alma e espírito. E um simples perdão, por mais sincero que o seja não apaga tudo o que foi dito e feito, pensado e impensado.
Então, você passa a perceber a real dimensão de sua hipocrisia. Você descobre o quão falso éreis, enquanto nós mesmos definhávamos os hipócritas e faltos de coração. Um coração quebrantado, um amor perdido e nada mais a se fazer. Como um saco de plumas aspergido de cima da torre de um relógio, onde as lumas são espalhadas pelo vento, assim são os pedaços de um coração quebrantado: quem os pode ajuntar?
Perguntamos-nos então, o que se nos apresenta de pior: O sentimento da perda em si? O fato de perder alguém que amamos? A solidão? A consciência do erro? A perda pelo erro? A possibilidade de outrem ter o que outrora tínheis? A possibilidade do desprezo? A certeza do desprezo? O ócio? O momento feliz dos qual você se dá conta de que não está sendo divididos com a pessoa amada? Sua lágrima que não pode ser sentida? Seu choro que não pode ser ouvido? Sua febre não tratada? A porta que abre e que não trás quem você esperava naquele momento? O futuro planejado a dois, mas que a sós não pode ser visto? As pessoas que perguntam sobre vocês e que lamentam o término? Os comentários cruéis que se ouvem a respeito do seu erro? (...)
Pois é, acredito que possa valer a pena acreditar naquilo que faz bem. O imperfeito não participa do passado, nem do futuro. Máquina do tempo? Não, já somos bem grandinhos e perdemos a sensibilidade desses sonhos. Agora, tentar erguer a cabeça, e dar um 180° na vida. 360° não adianta por leva ao local de partida. Seguir o rumo da vida e mostrar a si mesmo, não aos outros. Sim, evidenciar a si mesmo que, um ser humano, quando quer, prova por a si mesmo e acredita nos seus ideais, pode ir onde quiser numa egotrip para ser alguém melhor. O amor muda as pessoas. Seja Phileo, Ágape ou Eros. O amor é um Don divino, mesmo assim, tão poucas pessoas conseguem senti-lo, tampouco demonstrá-lo. Amor não precisa ser como aves de verão, que vem e vão com o solstício. E aqui, por hora, concluo esse pensamento inconcluso esperando outros momentos de eclipse introspectivo.
Fonte: http://oeuqueeuera.blogspot.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário