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quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Por favor, pare de me matar

Se me machucar
Com lágrimas no olhar
Dias vão, dias vem
Um bar vazio, com sombra, música antiga e solidão pra me esconder
Pouco atinge, mas o pouco quase mata
De tanto quase, um dia... eu não queria
Eu só queria, só queria aquelas leves sensações das lembranças de quando eu achava que isso era bom
Que isso fazia viver


Mas, a água evapora, evapora, evapora todo dia ao meio dia sob a retina
E o energúmeno se move, imóvel
Dá meia volta e volta ao mesmo ponto
Fez nada!
A não ser jogar fora outra chance de fugir de tudo, todos, todas, estas e aquelas
Não é possível que vai morrer de tanto insistir em usar os remos pra voltar ao mesmo lugar
Mas o barco é a motor e pode levar a lugares com menos dor, odor, clamor, rancor, opressor, avassalador, detrator, temor

Por favor, pare de me matar
Hoje eu saio, não sei se volto e, se volto, não sei como volto

Eu faço as malas à tarde
Eu fecho a porta sem fazer alarde
Eu levo o celular e a carteira de identidade
E a leve impressão de que já vou tarde


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