Decepcionante,
amarguraste a angustiante como de mãos atadas ficamos diante da indiferença de
alguém que outrora amamos, mas que jaz se afundando num poço sem fundo. Quem me
dera meu avô para me ensinar as coisas que na vida de um home aconteceria. Meu
pai não existiu e minha mãe tentou com sorrisos disfarças o que na alma e no espírito
se desiludira na vida.
Aquelas mesmas
mãos que me afagaram. Aquela mesma boca que me acariciou os lábios. Aquele
mesmo anjo que me salvou, foi o mesmo que, no apego, me abandonou e que hoje
despreza minh’alma condenando-me a viver de lembranças, lembranças minhas que
teimam em ir e vir em noites de solidão, ao som de uma música, à leitura de um
livro ou poesia pertinente.
Talvez o maior
dos males que se podem cometer contra quem está ao lado é o de iludir, de
enganar, de fingir ser/estar para conseguir autoproteção, autoconfiança, ou um
sentimento de levantamento da moral própria ou para ser aceita moralmente em
seu lar.
Agora eu sei por
que e o que minha mãe de mim queria esconder, enfeitando os caminhos que eu
iria seguir. Talvez um dia também tenha que ocultar do Artur a verdade
escondida por trás do amor.
Como
dizer a ele a verdade, sob minha ótica, claro, das coisas, de o porquê ele não
tem um lar e de como tudo isso aconteceu sem pôr a culpa em alguém? Como explicar
a ele a tristeza e a indiferença que rondam o ambiente a cada vez que seus pais
esbarram-se fatalmente nos na troca de turno materno-paterno?
Talvez
romperia o poder que Jeová deu aos homens. Assim como Sartre, entendo isso como
um mal, uma condenação, a ser livre, a usar o livre arbítrio. Pudera-se eu, possivelmente
a resgataria deste triste mundo cortando-lhes o fio de seu livre arbítrio. Vovó
já dizia que temos escolhas. Porém, existem pessoas que, mesmo diante das piores
escolhas e de suas consequências, ainda persistem em tomar seu rumo. Daí surge
o sentimento inicial de amargura, decepção e de angústia.
O que me resta
é lembrar que tenho uma vida a viver e, nos meus pesadelos vivenciar em febre
ardente, vez por outra, a desgraça deste alguém. Desgraça essa que jamais
desejei, mas que se faz o novo sentido de sua vida, de sua velha vida, de sua
zona de conforto.
Gostaria de
leva-la sempre comigo. Mas, apenas lembranças boas e ruins - essas últimas as piores
da minha vida - é que posso levar em memória, em minha história, em meu
coração. Como fruto do nosso amor, fica o presente de Jeová - Artur: A última
centelha deste amor que sobreviveu aos tempos. A última lembrança viva. Daí o
amor em dobro que hoje dirijo a este fruto. Outrora o amor que a ela eu dirigia,
hoje pode ser apenas empregado na última parte da mente, alma e coração (Artur)
daquela pessoa que conseguiu me cativar ao extremo, mesmo sob palavras bonitas
que com o passar do tempo tornaram-se apenas palavras lançadas ao vento.
Com o peito
cheio de lágrimas e tristeza, e sem mais poder para reação estando impedido por ti mesmo, por força maior que a minha, a tua, despeço-me de ti, daquela que foi a mulher da minha vida, aquela por que sonhei,
lutei. Aquela por quem sorri e sangrei. Aquela que me iludiu e por quem me
ilidi. Claro, sempre resta uma última gota de esperança de que se desfaça de
seu caminho, mas alimentar esperança por quem não deseja volver é no mínimo suicídio.
Adeus, Adeus, Adeus, meu grande
amor... mãe do meu filho!
Nenhum comentário:
Postar um comentário