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quinta-feira, 4 de abril de 2013

Tratado sobre a perda Parte I


Entre Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro
Calígula de Odisséia (03/04/2013, 19:25 P.M)

Sentimento é coisa de gente humana. As vezes penso eu que não queria eu ser gente humana, pra não chorar, sofrer. Dias de sol, dias de chuvas, para cada sorriso no rosto, duas lágrimas caídas. É a vida, é vivida, é renhida, é sofrida.
Tal fato ocorre, pois, por ter amado uma mulher com todas as forças que um homem pode amar. Talvez eu esteja exagerando.  Na verdade, amei o mais intenso que eu podia amar uma mulher, excetuando-se amigas e parentas. O amor que aqui vos apresentam é o amor romântico: meio platônico, meio érus. Sabe-se lá como se chama este raro amor num mundo pós-moderno, imediatista e casual.
Foi-me prometida uma ação ao tempo em que prometi dedicação. Não se sabe ao certo por que o céu é azul, porque o mar é verde/azul. Não se sabe ao certo o tempo exato do nascer de um amor. Certo mesmo é quando se prende ao seio que nem trovão tremendo símbalos, aglutinando emoções, despertando sensações outrora perdidas.
Mas, como receitar um remédio pra dor da partida? Como deixar pra trás aquilo que se ama, estando neste depositadas todos os vintes de uma vida amorosa dos quais trouxeram alegrias e tristezas? De fato, o fato é que pior que a dor é a dor da certeza incerta dos amores que estão se distanciando, se esvairando, espirando-se aos poucos como uma ampulheta descontrolada. Conquanto corre o tempo mais aperriante é desesperante tornam-se nossas ações, nossos passos tais quais passos perdidos e soltos, não lineares a rodear areia movediça que, em maio a tanto desespero, parece-nos seduzíveis em caso de derrota.
Mais não, não me parece uma ideia razoável quanto foi da primeira vez em que a perdi em minha vida. Tampouco, me parece soar racional a ideia de me desfazer de mim mesmo, de mim mesmo nela. Livrar-se dela seria livrar daquilo que eu construi de mim noutro, minha essência desfeita e feita nela.
Porém, no momento da tristeza, esta ideia não me parece absurda, nem razoável. Parece-me como algo compulsivo. Uma criança chora ao seio da mãe quando quer colo, carinho, leite, afago e afeto. Depois de grandes ficamos sem grandes opções de como reconquistar aquilo jaz perdido ou de obter aquilo que tanto queremos.
Mas, fato é de que, hoje, sinto falta da minha coisa pequena. E nem cabe aqui apologia de que QUANDO PERDEMOS É QUE DAMOS VALOR AQUILO QUE QUEREMOS. Sempre dei valor, sempre me doei, sempre zelei. Claro o fato de que as vezes somos egoístas e ainda assim conseguimos sufocar aquilo que amamos, que queremos.
Aquela dor sufocante ao seio me bate agora, uma dor de cabeça parece me arrebatar ao lar da minha família, minha pequena e meu pequeno. Aquela mesma dor que já sentira por ocasião da primeira perda. Nossa como é ruim a sensação de estar sem a pessoa que amamos, sem saber se esta pessoa pensa em você, se esta pessoa espera seu regresso, se esta pessoa sente a necessidade de estar contigo.
Neste momento, paro de escrever para dar lugar a minha dor.



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