Ainda estou tentando encontrar as palavras certas,
mas a verdade é que não existem palavras fáceis quando o coração e a cabeça estão doentes.
Queria te dizer, primeiro, que eu te respeito.
Respeito a mulher que você é: forte, decidida, intensa.
Uma mãe admirável, que nunca abriu mão de cuidar da nossa família — mesmo quando o mundo pesava.
Em algum momento, a gente se desencontrou.
Eu ainda conseguia te ver, mas você já não me enxergava mais.
Eu segui meus princípios, você os seus — e o que antes nos unia… começou a nos afastar.
Não houve mentira.
Não houve traição.
Não houve jogo sujo.
Houve apenas caminhos diferentes.
Escolhas diferentes. Valores diferentes.
E, infelizmente, dois mundos que deixaram de caminhar lado a lado.
Eu ainda sinto sua falta.
Falta da nossa rotina, da nossa casa, da sua voz pelo corredor.
Do seu perfume.
Da sua pele macia que me confortava na hora de dormir.
Dos abraços.
Sinto falta do que fomos. Do que construímos.
Mesmo que hoje já não sejamos mais aquilo.
Você tem todo o direito de buscar a vida que acredita merecer.
E eu não te culpo por isso.
Pelo contrário: te admiro pela coragem de escolher com firmeza aquilo em que acredita.
Eu vou seguir.
Eu preciso prosseguir.
Ainda não sei exatamente como… nem pra onde.
Mas sei que os nossos filhos merecem que eu continue de pé, digno, presente — mesmo com o coração doente.
Acredito que nosso amor não cabe mais num lar,
mas ainda cabe no meu peito, afinal eu a amei, de verdade, e isso não se apaga assim.
No respeito que tenho por você.
No cuidado que, de alguma forma, vai continuar existindo.
Que você encontre a paz que busca.
Que encontre sua felicidade, sua harmonia interna.
E que um dia, quem sabe, eu possa te olhar com menos carência e dor —
e mais gratidão, carinho e respeito.
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