A chama que brilha. O germe que escapa do invólucro. O rio que brota da fonte. O ruído que se expande. A veemência ardente do fogo que arde sem se ver. O mar bravio e revolto dos retóricos. O instinto cego oposto à vontade racional. O ímpeto de prosseguir rumo ao fim. A violência psíquica do poeta que suspira por uma donzela sem ao menos beijá-la. A matéria que entra em movimento na busca de uma forma que lhe faça ser e lhe dê sentido. O imperfeito sensível que não carece de mudanças para ser aquilo que é. O imperfeito e móvel que busca, através da mudança, a sua própria essência. O princípio subjetivo do movimento da alma e do mundo automotriz. O desejo da imobilidade, da carência e da privação a perfeição. O desejo de não mover-se que move os seres. O desejo que move o homem na ânsia da matéria indeterminada na busca da forma acabada e sempre inalcançável do amor perfeito. O mísero poeta que não consegue argumentos, atos e fatos que atraiam para si o amor de uma donzela.
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