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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

A febre, um SMS e um poeta febril



Eu tive febre
Uma febre delirante que me arrebatou
Conheci de longe o céu e de perto o inferno
Me vi na semelhança de um moribundo
Agonizei molhado ao suor no tremor de um frio vadio ao sereno da noite

A febre me arrebatou
Levou-me a lugar algum que antes já não tinha ido
A febre me trouxe a tona o quão sozinho me sentiu o espírito
A falta que ficou de algo que sempre existiu para mim
A companhia certa na hora da febre incerta

Mas, estava sozinho
Coberto e trêmulo
... O celular que não toca
A porta que não abre
O passo que não se houve
A mão que não afaga...

Eu tive febre e apenas uma mensagem ao celular
‘De tanto cuidar de ti, esqueci de cuidar de mim’
Eu tive febre e na febre pouco importava a vida e a morte
Eu tinha uma dor, a dor de nada ver, nada ouvir e nada sentir
Afinal, o que é uma febre de 40 graus perto de uma mensagem SMS de adeus!
Triste fim do poeta febril.

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