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quinta-feira, 25 de abril de 2024

19/11/2007

 O monstro e o trovador

 

Nem a morte que me segue

E a vida que tenta me distrair

O que nem o amor conseguiu construir.

 

Nem o fim da eternidade

E também o que há de vir

Consome e liberta o que

Fez-se mim.

 

mesmo o senhor do tempo

jamais me alcançará

e libertar-me do amor

que não há em mim.

 

E se viver

E se morrer

Eu não lembro de emoções

Gozos e alegrias.

 

Se o que há em mim

Perdeu-se na matéria impura do pecado

Se o érus é inócuo na mortalidade da alma

Por que na vida

A procura insensata do amor?

 

Levou-me a eternidade

Dos astros imutáveis

Ao raiar da aurora.

Levou-me ao canto das sombras

A terra que hades sabe existir.

 

Não me entrego

Mas vivo o momento

Ilusões, sonho, nada mais.

Se hei de morrer

Não me importa

Do espírito a busca na alma.

 

Vivo além do que não quero

Ouço lendas de amores surreis

Persistentes energúmenos

No ritmo do fim

Na decadente podridão

De ossos quebrados pelo tempo.

 

Usei-me, quase desperdicei

O vulto de minha existência.

Sem ao seio sentir ardor d’amor

Não senti alegria ou dor

Tristezas ou amor.

 

Não senti medo, rancor e mais amor

Mas, senti de ao seio

Arder de paixão por algumas donzelas,

Não o fiz, não o consegui.

 

Ás vezes o ódio me governou

E quase destruiu com dentes ferozes

Uma ultima centelha de compaixão

Que me mim persiste em existir.

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