O monstro e o trovador
Nem a morte que me segue
E a vida que tenta me distrair
O que nem o amor conseguiu construir.
Nem o fim da eternidade
E também o que há de vir
Consome e liberta o que
Fez-se mim.
mesmo o senhor do tempo
jamais me alcançará
e libertar-me do amor
que não há em mim.
E se viver
E se morrer
Eu não lembro de emoções
Gozos e alegrias.
Se o que há em mim
Perdeu-se na matéria impura do pecado
Se o érus é inócuo na mortalidade da alma
Por que na vida
A procura insensata do amor?
Levou-me a eternidade
Dos astros imutáveis
Ao raiar da aurora.
Levou-me ao canto das sombras
A terra que hades sabe existir.
Não me entrego
Mas vivo o momento
Ilusões, sonho, nada mais.
Se hei de morrer
Não me importa
Do espírito a busca na alma.
Vivo além do que não quero
Ouço lendas de amores surreis
Persistentes energúmenos
No ritmo do fim
Na decadente podridão
De ossos quebrados pelo tempo.
Usei-me, quase desperdicei
O vulto de minha existência.
Sem ao seio sentir ardor d’amor
Não senti alegria ou dor
Tristezas ou amor.
Não senti medo, rancor e mais amor
Mas, senti de ao seio
Arder de paixão por algumas donzelas,
Não o fiz, não o consegui.
Ás vezes o ódio me governou
E quase destruiu com dentes ferozes
Uma ultima centelha de compaixão
Que me mim persiste em existir.
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