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quinta-feira, 25 de abril de 2024

29/09/2007

  

Doce odisséia
Flor de Liz
Mãe das primaveras fagueiras
E do descanso eterno dos poetas.,

Quem dera eu
Mero trovador d’enleio
Ser um floreiro,
Um pequeno ser
A ser predado por ti.

Queria eu mero mortal
Apenas ser seu
Seu abrir de olhos no amanhecer.

Quem me dera ao menos uma vez
Ser a flor morta
A quem é extraída a essência
Para compor teu perfume.

Desejaria ardilmente
Ser o pássaro viril que
Aos lábios descansa
Teu suave néctar.

És imarcescível!
Torna-se logismo seres imaterial!
Teu etéreo sorriso
Me lembra aquele lugar
Quente, seguro e confortável
Onde – como uma indefesa criança –
Esconderia-me
E esperaria a tempestade ir embora.

Teus lábios corados
Beiral de um rio perene
Onde, no ápice do ermo
Fartar-me-ia e cessaria minha sede.

Tua pele rósea e macia
Confunde-se com as pétalas das flores
Que um dia te dei.

Talvez, por isso
Jamais poeta algum
Descreverá por linhas certas
A exatidão da beleza
Que encanta minas retinas.

Há! Rosa silvestre
Doce como o mel
Feroz como leão.
O sândalo perfuma
O machado que o feriu.

Teus espinhos feriram a borboleta
E nem por isso
Deixarás de por ela ser beijada.

Donzela dos meus errantes sonhos
Jamais a face aos lábios encostei...
Mas, nem por isso,
Deixarás de ser cantada em liras,
Canções e poemas d’amor.

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