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quinta-feira, 25 de abril de 2024

13/10/2007

 Anjo caído

Anjo

Anjo meu

Porque deserdastes o límpido céu?

Anjo

Luz do amanhã

Acaso decresce fé

Em troca de uma efêmera flor?

Há!

Anjo.

Aqui não é o que parece

As flores não são de plástico

E o sangue é feitio de morte.

Anjo

Nos domínios deixastes tua luz

A terra, trouxestes escusa lira

Ao amor d’uma virgem.

Anjo

As pontes dos rios desabam

As flores murcham

Há flores do mal.

Desiludido e amargo anjo

De deus não mais tens perdão

Tua quimera é a dor cruel do amor mortal

Tua sentença é a morte.

Anjo

Ainda escutas

A verdade santa e nua?

Há!

Anjo.

Bem sabes que sou eu

Eu sou você

Somos um

Você sou eu no templo da odisséia humana.

Os sinos são de cobre,

Os anjos esculturas de pedras

As pontes cruzam os rios

Mas a condenação da vida é o amor

E por sua vez a lânguida sofreguidão

D’amor ao pecado

Do pecado à morte.

Num ato insensato momentâneo

Condenaste-me ao amor vadio

A penúria do pecado

Ao desejo à morte.

Vivias n’amor

Sem juras e promessas

E sem amor.

Mas, por uma donzela,

Uma pálida flor

Desencantastes eterno

Condenastes-te ao inferna d’amar.

Há!

Anjo caído.

Lembras quando passares ao túmulo

Deixas flores a mim

E cantas liras de devaneio

Ao poeta que morreu

E se entregou por uma donzela,

Uma flor.

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