Anjo caído
Anjo
Anjo meu
Porque deserdastes o límpido céu?
Anjo
Luz do amanhã
Acaso decresce fé
Em troca de uma efêmera flor?
Há!
Anjo.
Aqui não é o que parece
As flores não são de plástico
E o sangue é feitio de morte.
Anjo
Nos domínios deixastes tua luz
A terra, trouxestes escusa lira
Ao amor d’uma virgem.
Anjo
As pontes dos rios desabam
As flores murcham
Há flores do mal.
Desiludido e amargo anjo
De deus não mais tens perdão
Tua quimera é a dor cruel do amor mortal
Tua sentença é a morte.
Anjo
Ainda escutas
A verdade santa e nua?
Há!
Anjo.
Bem sabes que sou eu
Eu sou você
Somos um
Você sou eu no templo da odisséia humana.
Os sinos são de cobre,
Os anjos esculturas de pedras
As pontes cruzam os rios
Mas a condenação da vida é o amor
E por sua vez a lânguida sofreguidão
D’amor ao pecado
Do pecado à morte.
Num ato insensato momentâneo
Condenaste-me ao amor vadio
A penúria do pecado
Ao desejo à morte.
Vivias n’amor
Sem juras e promessas
E sem amor.
Mas, por uma donzela,
Uma pálida flor
Desencantastes eterno
Condenastes-te ao inferna d’amar.
Há!
Anjo caído.
Lembras quando passares ao túmulo
Deixas flores a mim
E cantas liras de devaneio
Ao poeta que morreu
E se entregou por uma donzela,
Uma flor.
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