Arvoredos do bosque
Sombras da montanha
Silencio da madrugada
E raios e trovões
Que tanto citei
Em meus versos d’enleio
E que minh’alma tanto cantou em liras
Deixai-me sentir nos roxos lábios
O frescor dos lábios
Da donzela que tanto amei
Deixai-me penetrar-lhe os sonhos,
Anseios e medos,
Deixai-me por ela suspirar
Morrer e prantear a lousa.
A lua é dos poetas mãe
O silencio é dos ramos ao vento
A água é da nascente jorra
Sonhei tantos sonhos
Tantos amores,
Tantas vidas
E nada me veio.
Se babilônia culpada for
Deixai-me então no vale
Dos poetas esquecidos
Que na silencio encontrarei a morte.
Se talvez no vale
Meu seio inda forte palpitar
Sem dúvida, será pela flor
Pela donzela
Que nem ao rosto
Encostou-me as mãos fagueiras,
Que jamais palavras bonitas
Ressoou-me aos tímpanos.
Deixo na vida saudades
Doces recordações
Do tempo no espaço em que
Ao seio senti ardor
Por uma donzela
Por uma flor.
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