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quinta-feira, 25 de abril de 2024

22/10/2007

 Era outono

No céu nuvens frias

Na terra folhas secas e molhadas

 

Era outono

Chovia e numa noite escura e fria

Vi meu pesadelo cristalizar-se

 

Porque, meu deus!

N’outono flores roxas

Desbotam e murcham?

 

O álibi da vida

Cortou-se com a dor

E procurou em sangue

Reencontrar gélida e distante vida

 

O frio consumia o corpo.

Suas lágrimas cor de sangue

Regavam a relva

E num ultimo suspiro

Desabou moribunda e fria.

 

Se a vida é um mistério,

Porque saber o que somos?

 

Seu frágil corpo

Solto e gélido

Amparava-se ao chão,

Delicada flor que

Em primaveras coloridas e risonhas

Dourava o campo

Embelezou a vida de um mancebo

E idealizou amor de donzela.

Hoje morreu.

 

Era outono

E numa cova funda e fria

Despejei seu corpo pálido

E então me entreguei ao amor de minha flor

No inferno de ilusões perdidas.

 

E veio o inverno

E veio a primavera

E onde nossos corpos

Um dia se uniram na dor e n’amor

Nasceu uma flor roxa

Que encanta a vida

E a vida traz cor.

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