Web Rádio Rei Artur

Páginas

quinta-feira, 25 de abril de 2024

22/10/2007

 Mero mortal de alma errante

Poeira cósmica estelar

Perdida na criação dilatada

Queria eu, Calígula descrente,

Suspirar e evocar versos d’amor

A bela donzela

Deusa dos meus sonhos, dos meus pesadelos.

 

Quisera sentir

Uma ínfima centelha d’amor.

Que cada verso composto

Fosse uma certeza que se constrói

E que far-me-ia imortal.

 

Há! Virgem das minhas noites,

Da minha alegria,

Das minhas angustias.

 

Como quisera

Poder viver sem teus anseios,

Meus temores.

 

À meia noite

À meia luz sou mortal de caminhos errantes

De álibis pecadores.

 

Como nada possuo –

A não ser em versos –

Chia no peito o silêncio

E a escuridão me acode.

 

Virgem bela

Dos meus errantes sonhos

Sonhe eu contigo

A ter que encostar-te

Meus carnudos lábios.

 

Sonhe eu contigo a ter que profanar

Tua alma carne fresca

E sem mácula.

 

Sonhe eu contigo

A ter que esperar por teu

Mortal e platônico amor.

 

Como poeta esquecido no tempo

Vivo a mercê dos dias,

Da incerteza da existência.

Ainda sem êxodo

Busco-a em minhas incessantes noites

De febre delirante,

Em minhas madrugadas de dores sombrias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário