Mero mortal de alma errante
Poeira cósmica estelar
Perdida na criação dilatada
Queria eu, Calígula descrente,
Suspirar e evocar versos d’amor
A bela donzela
Deusa dos meus sonhos, dos meus pesadelos.
Quisera sentir
Uma ínfima centelha d’amor.
Que cada verso composto
Fosse uma certeza que se constrói
E que far-me-ia imortal.
Há! Virgem das minhas noites,
Da minha alegria,
Das minhas angustias.
Como quisera
Poder viver sem teus anseios,
Meus temores.
À meia noite
À meia luz sou mortal de caminhos errantes
De álibis pecadores.
Como nada possuo –
A não ser em versos –
Chia no peito o silêncio
E a escuridão me acode.
Virgem bela
Dos meus errantes sonhos
Sonhe eu contigo
A ter que encostar-te
Meus carnudos lábios.
Sonhe eu contigo a ter que profanar
Tua alma carne fresca
E sem mácula.
Sonhe eu contigo
A ter que esperar por teu
Mortal e platônico amor.
Como poeta esquecido no tempo
Vivo a mercê dos dias,
Da incerteza da existência.
Ainda sem êxodo
Busco-a em minhas incessantes noites
De febre delirante,
Em minhas madrugadas de dores sombrias.
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